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AMÉRICAS
No discurso "Além do Eixo do Mal", subsecretário de Estado diz que cubanos transferem tecnologia para países inimigos
Cuba desenvolve arma biológica, dizem EUA
DA REDAÇÃO
O governo americano acusou ontem Cuba de desenvolver armas biológicas e de transferir sua tecnologia para países hostis aos
EUA. A acusação foi feita pelo subsecretário de Estado John Bolton. Essa é a primeira vez que os EUA levantam a hipótese de que
Cuba está desenvolvendo armas de destruição em massa.
"Os EUA acreditam que Cuba dispõe de pelo menos um programa limitado de investigação e desenvolvimento de armas biológicas ofensivas. Cuba forneceu biotecnologia de duplo uso -civil e
militar- a Estados fora-da-lei
suspeitos de apoiar o terrorismo",
disse Bolton, em um discurso intitulado "Além do Eixo do Mal",
proferido na Fundação Heritage,
em Washington.
Bolton afirmou que, além de
Iraque, Irã e Coréia do Norte
-chamados de "eixo do mal" pelo presidente George W. Bush-,
outros "países fora-da-lei estão
desenvolvendo armas de destruição em massa". Além de Cuba, o
subsecretário citou Líbia e Síria.
Ele não mencionou os países
aos quais supostamente Cuba estaria fornecendo biotecnologia,
mas afirmou que, no ano passado,
o ditador Fidel Castro visitou Irã,
Síria e Líbia, todos membros, assim como Cuba, da lista do Departamento de Estado de países
que apóiam o terrorismo internacional. As afirmações ampliam os
argumentos do governo americano para manter Cuba na lista.
Cuba mantém há quatro décadas uma desenvolvida e sofisticada indústria biomédica, cujas instalações poderiam estar sendo
usadas também para atividades
suspeitas, segundo Bolton.
Um funcionário do governo
americano afirmou que os serviços de inteligência dos EUA já tinham há algum tempo informações sobre supostos programas
de desenvolvimento de armas
biológicas por Cuba, mas vinham
analisando-as com cuidado, por
temor de que suas fontes pudessem estar comprometidas.
Segundo esse funcionário, que
pediu para não ser identificado,
Bolton acreditou que a informação era muito importante para
não ser tornada pública.
"A América está determinada a
prevenir a nova onda de terror",
disse Bolton durante seu discurso.
"Estados que financiam o terror e
buscam armas de destruição em
massa devem parar", afirmou.
"Os Estados que renunciarem ao
terror e abandonarem as armas
de destruição em massa podem
receber nossa ajuda. Mas aqueles
que não o fizerem podem esperar
se tornar nosso alvo", afirmou.
Ele não fez nenhum comentário
específico sobre possíveis ações
militares americanas contra os
países acusados, afirmando que
os EUA se concentrarão em expor
violações a convenções internacionais e em trabalhar com outros
países para interromper a proliferação de armas desse tipo.
Com agências internacionais
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