UOL


São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA podem ter achado laboratório móvel no Iraque

DA REDAÇÃO

Exames iniciais feitos em um caminhão encontrado pelas forças americanas no Iraque indicam que talvez o veículo tenha sido utilizado como laboratório móvel de armas químicas ou biológicas, segundo afirmou uma autoridade do Pentágono. A informação não foi confirmada.
"Nós temos algo que é interessante e continuaremos observando. Exames preliminares indicam que talvez [o caminhão" seja parte de um laboratório móvel de armas químicas ou biológicas", disse a autoridade.
Esta, que pediu que não fosse identificada, disse que ainda não é possível afirmar se o laboratório foi utilizado para a fabricação de armas de destruição em massa. Segundo ele, o caminhão foi encontrado no norte do Iraque no mês passado.
Em Paris, outra autoridade americana afirmou que os EUA estão próximos de anunciar provas de que o regime do ex-ditador Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa.
O governo americano afirma que o Iraque possuía armas químicas e biológicas. Resoluções da ONU impediam que os iraquianos tivessem essas armas. Saddam sempre negou que as acusações. A suposta existência dessas armas foi o principal argumento que os EUA utilizaram para atacar o Iraque. Até agora nenhum armamento foi encontrado.
"Não há dúvida de que nós vamos encontrar essas armas e a infra-estrutura utilizada para fabricá-las. E acredito que o anúncio deva ser feito em breve", disse a autoridade americana em Paris, que também pediu que não fosse identificada.
O governo Bush suspeita que o Iraque utilizava laboratórios móveis para fabricar e armazenar armas químicas e biológicas. O objetivo seria evitar que os inspetores de armas da ONU as encontrassem nas visitas a prédios e instalações militares iraquianos.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, chegou a apresentar no Conselho de Segurança da ONU, antes do início dos ataques, supostas provas de que Saddam utilizava os laboratórios móveis para esconder as armas dos inspetores da ONU.
Desde o início dos ataques, já foram divulgadas informações de que os EUA teriam encontrado armamentos de destruição em massa. Mas descobriu-se depois que eram alarmes falsos.
As autoridades iraquianas detidas até agora, muitas delas supostamente envolvidas com os programas de armas de destruição em massa, disseram não ter conhecimento da existência delas.
Os EUA rejeitaram o pedido do diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o egípcio Mohamed El Baradei, para que inspetores fossem ao país para verificar supostos saques de materiais radioativos. Os EUA disseram que podem cuidar de tudo sozinhos, sem a necessidade dos inspetores.

Museu
O secretário da Justiça dos EUA, John Ashcroft, afirmou que os saques aos museus de Bagdá foram obra do crime organizado. Muitos dos itens saqueados, segundo ele, já teriam sido levados para fora do país. Os saques teriam sido realizados por ladrões profissionais, que teriam planejado com antecedência os roubos.
Não foram dadas indicações de quais seriam esses grupos. A declaração de Ashcroft foi realizada em conferência sobre segurança em Lyon (França).

Ajuda humanitária
Poul Nielson, enviado da União Européia ao Iraque, disse ontem que a ONU deveria coordenar a ajuda humanitária no Iraque. Ele permanecerá em Bagdá por dois dias.
A Cruz Vermelha Internacional disse ontem que pretende ter acesso aos iraquianos detidos pelos EUA e pelo Reino Unido no Iraque, inclusive os que fazem parte da lista dos 55 mais procurados. O objetivo é saber como está a situação deles. Os EUA ainda não responderam ao pedido feito pela organização humanitária.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Militar crítico da ação no Iraque é removido
Próximo Texto: Bush nomeia ex-diplomata para administrar transição iraquiana
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.