MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local

O zagueiro Carlos Alberto Gamarra Pavón, 27, do Corinthians e da seleção paraguaia, não vai poder votar nas eleições de seu país no próximo domingo. A data coincide com a final do Campeonato Paulista, entre sua equipe e o São Paulo.
Mas, mesmo que pudesse, ele disse que não votaria porque vê o atual momento político do Paraguai como uma "bagunça".
Nascido em Ypacaraí, Gamarra afirma que não gosta de política e que nunca votou.

Folha - Você gostaria de votar nas eleições de domingo?
Gamarra - Eu não estou metido nisso aí, nem votaria do jeito que está a política no meu país. Estou fora desse processo.
Folha - Vai justificar a falta?
Gamarra - Sim, eu justifico sempre. Sou liberado de votar. Nunca participei de uma eleição no meu país.
Folha - Como você vê o atual momento político do Paraguai?
Gamarra - Está feio. O atual presidente encontrou um jeito de tirar o candidato que ia ganhar, o general Lino Oviedo.
É certo que ele fez algo errado, tentou dar um golpe. Mas, então, nem deveriam tê-lo deixar participar das convenções partidárias. Deixaram que ele fosse escolhido internamente pelo Partido Colorado e agora fizeram toda essa bagunça.
O país está em um estado tal que é melhor me manter distante desse processo.
Folha - Você é favorável ao general Lino Oviedo?
Gamarra - Não sou favorável a ninguém. Estou fora de tudo.
Folha - Como vê a possibilidade de a oposição chegar ao poder depois de décadas de domínio do Partido Colorado?
Gamarra - Tenho certeza de que a oposição não vai chegar ao poder. Dificilmente vencerá. Se a oposição chegar, tem muita gente que vai cair, e isso é muito difícil de acontecer.
Folha - Você gosta de política?
Gamarra - Não gosto porque vejo como eles trabalham. Entram prometendo tudo e não cumprem nada.
O Paraguai passa pelo processo que o Brasil viveu um tempo atrás, aquela bagunça toda. Mas a diferença entre os dois países é grande, e, por isso, acho que não dá para fazer uma comparação.



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