|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Israel descarta investigação da ONU
Netanyahu rejeita pedido de Ban para integrar inquérito internacional sobre morte de ativistas que iam a Gaza
Governo israelense diz buscar apoio dos EUA para investigar sozinho ação contra frota que levava ajuda a território
Mohamed Azakir/Reuters
|
|
Manifestante carrega estrela de Davi, símbolo de Israel, em protesto em frente à Embaixada dos EUA em Beirute contra ação israelense que matou oito
DAS AGENCIAS DE NOTÍCIAS
Israel rejeitou ontem pedido da ONU para integrar uma
investigação internacional
sobre o ataque de soldados
israelenses a uma frota de
navios que levava ajuda humanitária à faixa de Gaza na
semana passada.
O pedido para que Israel
participe dos esforços internacionais para apurar a
ação, na qual soldados israelenses mataram nove ativistas pró-palestinos, foi feito
pelo secretário-geral da
ONU, Ban Ki-moon, ao premiê israelense, Binyamin Netanyahu, em conversa telefônica no sábado.
Pelos planos de Ban, a investigação teria participação
dos EUA, da Turquia e de peritos da ONU capitaneados
pelo ex-premiê neozelandês
Geoffrey Palmer, especialista
em direito marítimo.
"Eu disse [a Ban] que a investigação dos fatos deve ser
conduzida de forma responsável e objetiva, e estamos
buscando outras alternativas", afirmou Netanyahu.
O embaixador de Israel em
Washington, Michael Oren,
disse que seu governo espera
obter o apoio dos EUA para
fazer uma apuração interna
sobre o caso.
Rebatendo pressões, Oren
disse à TV Fox News: "Israel
é um Estado democrático que
tem a capacidade e o direito
de investigar a si próprio, não
de ser investigado por qualquer painel internacional".
Israel disse nos útlimos
dias que estava disposto a
aceitar, no máximo, observadores externos para sua investigação interna.
A recusa israelense contraria até mesmo aliados do Estado judaico, como França e
Reino Unido, que ontem reiteraram pedido por uma investigação internacional.
CARTA
No plano interno, um grupo de oficiais da reserva do
Exército israelense divulgou
uma carta aberta criticando o
governo pela ação contra os
navios, chamando-a de "fracasso militar e diplomático".
Israel alega que os ativistas têm vínculos com organizações terroristas e diz que
não permitirá que Gaza se
torne um "porto iraniano"
-alusão ao apoio do Irã ao
Hamas, que governa Gaza.
A crise estourou no dia 31
de maio, quando soldados israelenses a bordo de helicópteros e lanchas abordaram
uma frota de seis navios que
pretendiam furar pelo mar o
bloqueio imposto a Gaza em
2007, quando o grupo radical
Hamas tomou o controle do
território em meio a disputas
de poder com o rival Fatah.
Após resistirem à ação israelense, que matou oito cidadãos turcos e um turco-americano, os cerca de 700
ativistas foram neutralizados
e levados até o porto de Ashdod, de onde foram deportados nos dias seguintes.
Um sétimo navio da frota
tentou anteontem furar o
bloqueio e acabou barrado,
desta vez sem violência. As
19 pessoas a bordo começaram a ser deportadas ontem.
Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Irã se dispõe a escoltar frotas levando mantimentos a Gaza Índice
|