São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Relatório elogia resultados no Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil é citado no "Relatório Mundial sobre a Epidemia de Aids" como um dos países que têm alcançado bons resultados na prevenção e combate à doença.
Ganham destaque a ação de distribuição de preservativos e o avanço no tratamento com medicamentos anti-retrovirais. De acordo com o documento, o Brasil evitou um gasto de cerca de US$ 2 bilhões entre 1996 e 2002 com a distribuição dos remédios.
Neste ano, o governo federal prevê aplicar R$ 700 milhões no programa de Aids, sendo que 60% desses recursos vão para a compra de medicamentos.
São cerca de 140 mil pacientes atendidos com anti-retrovirais na rede pública.
"O relatório de uma forma geral é elogioso. Mas também chama a atenção para a heterogeneidade que temos. Ao mesmo tempo em que há estabilização de casos no geral, existe aumento da epidemia em Estados do Nordeste, por exemplo", disse ontem Alexandre Grangeiro, coordenador do Programa Nacional de DST-Aids, na divulgação do documento.
Segundo Grangeiro, a epidemia no país está estável. Desde a década de 80, o país registrou 310.302 casos de Aids. Estima-se que esteja entre 600 mil e 660 mil o número de infectados com o HIV, incluindo esses casos da doença.
O coordenador do programa nacional lembra que muitas pessoas no país não sabem que contraíram o vírus por deixarem de fazer exame. Para tentar reverter esse quadro, o Ministério da Saúde lançou recentemente o programa "Fique Sabendo". Ele busca intensificar a divulgação do teste gratuito e sigiloso para detectar o HIV que é feito na rede pública.
Esse, inclusive, é um dos desafios apontados pelo Unaids no relatório: garantir amplo acesso a testes para o HIV, por ser uma porta de acesso à prevenção e ao tratamento. O número de mortes no Brasil tem ficado, em média, entre 11 mil e 12 mil ao ano.
Grangeiro afirmou que o acesso a remédios e os programas de tratamento e prevenção fazem com que a expectativa de vida do brasileiro tenha uma redução de apenas três meses devido à Aids. No Zimbábue, por exemplo, chega-se a uma redução de 35 anos na expectativa de vida da população.


Texto Anterior: Aids cresce na Ásia e entre jovens, diz ONU
Próximo Texto: Dinheiro não está vencendo a guerra
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.