DA REDAÇÃO

Um rosto novo na política americana, raízes sulistas, uma emocionante história pessoal de sucesso e um bom desempenho nas prévias democratas deste ano. Eis alguns dos atributos que transformaram John Edwards, 51, em candidato a vice na chapa presidencial de John Kerry.
O senador pela Carolina do Norte, que entrou na política em 1998, apresentou-se nas prévias democratas de 2004 como "um defensor das pessoas comuns" e da classe média.
Durante as prévias de seu partido, Edwards enfatizou sua origem humilde. Nasceu numa família pobre, numa pequena cidade da Carolina do Sul, e, enquanto estudava direito na Universidade da Carolina do Norte, descarregava caminhões durante a noite.
Formado, tornou-se um advogado bem-sucedido, vencendo milionárias ações de indenização em nome de consumidores e de indivíduos contra grandes empresas e hospitais.
"Acho que a chave é ver as coisas pelos olhos dos americanos comuns", disse Edwards, que criticou o que chamou de "duas Américas" -uma para os ricos, outra para os que lutam para viver. Ele criticou fortemente o atual presidente, George W. Bush, candidato à reeleição pelo Partido Republicano: "Os trabalhadores foram excluídos pelo atual presidente porque ele valoriza apenas uma coisa, a riqueza".
Edwards teve bom desempenho nas prévias democratas: venceu na Carolina do Sul e ficou em segundo em alguns Estados importantes. Mas não chegou a ameaçar Kerry e, após abandonar a disputa em março, empenhou-se em levantar recursos para o virtual candidato democrata.
Uma das razões de sua escolha é sua origem sulista. Kerry é de Massachusetts, um importante Estado do norte dos EUA, com fama de elitista.
Em seu primeiro mandato no Senado, Edwards destacou-se por sua experiência em questões legais. Foi um dos mais hábeis defensores do ex-presidente Bill Clinton durante o processo de impeachment, em 1999. E atuou pela aprovação de leis em defesa dos direitos de pessoas doentes.
Edwards rejeita as críticas feitas pelos republicanos, que dizem que ele é inexperiente. "Muitas pessoas consideram uma boa coisa você não ter gastado muito tempo de sua vida na política."