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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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Número de presos cresce 60% em cinco anos

DE BUENOS AIRES

A população carcerária argentina cresceu, só nos últimos cinco anos, 60%. Segundo dados do Registro Nacional de Estatística Criminal, o total de presos no país era de 25,5 mil no ano passado, contra 15,7 mil em 1998.
Os presídios federais também sofrem, como no Brasil, com a superpopulação. A capacidade do Sistema Penitenciário Federal é de 8.840 detentos. Hoje, existem 9.107 internos alojados em 26 unidades espalhadas pelo país.
O aumento da criminalidade tem como base a crise social e econômica vivida nos últimos anos. Entre 1998 e 2002, a economia argentina teve uma retração de quase 20%, percentual visto só em países que passaram por guerras.
Dados recentes divulgados pelo Indec (órgão de estatísticas do governo) mostram que mais de 50% da população -que é de 36 milhões de habitantes- vive hoje abaixo da linha de pobreza.
Os desempregados são quase 16%, sendo que, dos que têm trabalho, metade é informal, ou seja, não tem acesso a benefícios como plano de saúde. Um estudo do Banco Mundial mostra que pelo menos 1,4 milhão de famílias passa fome. Buenos Aires, a Província que mais enfrenta problemas com a criminalidade, tem taxa de desemprego de 18%.
Os homens são maioria nos presídios, mas a participação de mulheres e jovens vem crescendo. Uma pesquisa do Ministério da Justiça feita em 2002 mostrou que, desde 1999, a delinquência juvenil cresceu 140%. Entre 1999 e 2002 -anos de recessão econômica- a população carcerária feminina cresceu 90%. As presas são cada vez mais jovens. As detenções de pessoas entre 16 e 20 anos aumentaram 63% nesses quatro anos. Se a comparação for feita somente entre os jovens de 16 e 17 anos, o salto foi de 800%.


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