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Número de presos cresce 60% em cinco anos
DE BUENOS AIRES
A população carcerária argentina cresceu, só nos últimos cinco
anos, 60%. Segundo dados do Registro Nacional de Estatística Criminal, o total de presos no país era
de 25,5 mil no ano passado, contra 15,7 mil em 1998.
Os presídios federais também
sofrem, como no Brasil, com a superpopulação. A capacidade do
Sistema Penitenciário Federal é
de 8.840 detentos. Hoje, existem
9.107 internos alojados em 26 unidades espalhadas pelo país.
O aumento da criminalidade
tem como base a crise social e econômica vivida nos últimos anos.
Entre 1998 e 2002, a economia argentina teve uma retração de quase 20%, percentual visto só em
países que passaram por guerras.
Dados recentes divulgados pelo
Indec (órgão de estatísticas do governo) mostram que mais de 50%
da população -que é de 36 milhões de habitantes- vive hoje
abaixo da linha de pobreza.
Os desempregados são quase
16%, sendo que, dos que têm trabalho, metade é informal, ou seja,
não tem acesso a benefícios como
plano de saúde. Um estudo do
Banco Mundial mostra que pelo
menos 1,4 milhão de famílias passa fome. Buenos Aires, a Província que mais enfrenta problemas
com a criminalidade, tem taxa de
desemprego de 18%.
Os homens são maioria nos presídios, mas a participação de mulheres e jovens vem crescendo.
Uma pesquisa do Ministério da
Justiça feita em 2002 mostrou
que, desde 1999, a delinquência
juvenil cresceu 140%. Entre 1999 e
2002 -anos de recessão econômica- a população carcerária feminina cresceu 90%. As presas
são cada vez mais jovens. As detenções de pessoas entre 16 e 20
anos aumentaram 63% nesses
quatro anos. Se a comparação for
feita somente entre os jovens de 16
e 17 anos, o salto foi de 800%.
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