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EUA perderam 190 mil armas no Iraque
Pentágono não tem registro do paradeiro de 30% do armamento que deveria municiar forças iraquianas desde 2004
Fuzis e pistolas podem estar nas mãos da insurgência devido à falta de pessoal para fazer a contabilidade e à urgência em distribuí-los
DA REDAÇÃO
As Forças Armadas dos EUA
não sabem onde estão cerca de
190 mil fuzis e pistolas destinados a municiar as forças de segurança do Iraque, o que indica
que as armas podem ter caído
nas mãos de insurgentes.
A constatação é de um relatório da Agência de Contabilidade do Governo americano
(GAO, na sigla em inglês) dando conta dessa falha de registro
sobre o material bélico que os
EUA levaram ao Iraque nos
anos de 2004 e 2005. A GAO,
órgão ligado ao Congresso dos
EUA, descobriu o problema ao
cruzar dados do Comando de
Transição da Segurança no Iraque com os mantidos pelo general David Petraeus, que assumiu em fevereiro o comando
das tropas dos EUA no país.
"Eles de fato não têm idéia de
onde está [o armamento]", disse ao "Washington Post" Rachel Stohl, pesquisadora do
Centro para Informações de
Defesa que viu o relatório.
Uma das causas apontadas
para o lapso nos registros de
110 mil fuzis AK-47 e 80 mil
pistolas, além de 115 mil capacetes e outras 135 mil peças de
blindagem corporal -ou 30%
do armamento que os EUA distribuíram às forças iraquianas
desde 2004-, é a falta de gente
para fazer a contabilidade das
remessas para o Iraque, além
da urgência de distribuição.
"Nós tínhamos muito pouca
gente e poderíamos segurar as
armas até todo o aparato do sistema de contabilidade ficar
pronto ou as poderíamos distribuir", disse ao "Post" um oficial
militar que pediu anonimato. O
Pentágono não contestou as informações da GAO e declarou
que investigará o caso.
Os EUA já gastaram cerca de
US$ 19,2 bilhões na formação e
municiamento das forças de segurança iraquianas desde
2003, informa a GAO. Desse total, ao menos US$ 2,8 bilhões
foram gastos em equipamento.
Perdas e danos
O governo do premiê Nuri al
Maliki teve ontem nova baixa
no gabinete, o que o deixou sem
representantes árabes sunitas.
Cinco ministros pertencentes ao bloco liderado pelo ex-premiê interino Iyad Allawi
(2003-2004) declararam que
não frequentarão mais as reuniões de gabinete. Com a deserção do bloco, que reúne sunitas
e xiitas, Maliki, que é xiita, fica
com apenas 20 dos 37 ministros que compunham um suposto governo de unidade.
Unidade essa cada vez mais
difícil de ser obtida entre os
principais grupos étnico-religiosos do Iraque: árabes xiitas
(majoritários), árabes sunitas e
curdos. Sem acordo entre eles
não sairá a legislação regulamentando a distribuição da
renda proveniente do petróleo.
Um dos motivos do boicote
teria sido o suposto favorecimento, por Maliki, dos xiitas
em detrimento dos sunitas.
Ataque
A explosão de um camihão-bomba na manhã de ontem em
Tal Afar, 420 km ao noroeste de
Bagdá, matou 28 pessoas. Segundo o general iraquiano Najim Abdullah, 19 eram crianças.
O ataque ocorreu em uma
área xiita bastante movimentada da cidade, que, apesar do histórico violento, já foi citada pelo presidente americano, George W. Bush, como "exemplo de
sucesso" na contenção da insurgência. Casas próximas ao
local desabaram com o impacto, e o saldo de mortos pode subir. Há cerca de 40 feridos.
Com agências internacionais
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