São Paulo, quinta-feira, 07 de setembro de 2006

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Israel suspenderá hoje bloqueio ao Líbano

Transferência de poder, após 2 meses de cerco militar, será primeiro teste importante para força da ONU

DA REDAÇÃO

Israel suspenderá hoje o bloqueio aéreo e marítimo que impôs ao Líbano há oito semanas, quando deu início à ofensiva contra o grupo terrorista Hizbollah em resposta à captura de dois soldados. A transferência do controle da costa e do espaço aéreo será o primeiro teste para a força da ONU encarregada de garantir o cessar-fogo e impedir o rearmamento do Hizbollah.
O premiê israelense, Ehud Olmert, anunciou que o bloqueio será suspenso hoje às 18h locais (12h de Brasília). A decisão foi tomada depois que Israel recebeu garantias do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, de que as forças internacionais estão prontas para monitorar os portos e aeroportos do Líbano.
"Nós havíamos dito desde o início do bloqueio que, assim que as tropas internacionais chegassem, Israel transferiria a implementação do embargo [de armas]", disse a porta-voz do governo israelense Miri Eisin. Afirmou, porém, que o contrabando de armas pela fronteira síria ainda era uma preocupação de Israel. "Até que esse assunto seja resolvido nós continuaremos a nos reservar o direito de autodefesa."
Pouco após o anúncio israelense, o governo do Líbano informou ter encaminhado um pedido a Kofi Annan -que intercedeu pessoalmente pelo fim do bloqueio- para que navios alemães sejam enviados para monitorar a costa. A expectativa ontem na sede da ONU, em Nova York, era que a Alemanha lidere um contingente naval que deve incluir embarcações de outros países. Os mais cotados são França, Itália, Grécia e Reino Unido.
Alvo de intensas críticas em Israel pela forma como conduziu a guerra no Líbano, Ehud Olmert deverá viver mais um momento constrangedor hoje, na visita que fará às famílias dos dois soldados seqüestrados. Segundo elas, o premiê havia garantido que só suspenderia o bloqueio ao Líbano depois que Israel recebesse sinais de vida dos soldados.
O chanceler do Líbano, Fawzi Salloukh, reiterou, no entanto, que os soldados israelenses capturados pelo Hizbollah só serão soltos em uma troca de prisioneiros.


Com agências internacionais


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