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Empresa demite
funcionários
desaparecidos
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
A Cantor Fitzgerald, uma das
empresas mais diretamente atingidas pelo ataque terrorista ao
World Trade Center, demitiu seus
funcionários desaparecidos. Dos
1.000 empregados da corretora,
pelo menos 700 estão nas listas
dos possíveis óbitos da polícia,
entre eles dois brasileiros.
Desde o dia 15 de setembro,
quatro dias depois do atentado,
esses funcionários foram cortados da folha de pagamento. Cada
família terá direito a um cheque
com o total de dias trabalhados no
mês (11) e teve o seguro médico
garantido até o fim de outubro.
Além disso, devem receber o
que manda a lei nova-iorquina a
título de indenização: um cheque
com o dobro do que o parente desaparecido ganhou no ano passado, desde que o total não ultrapasse o teto de US$ 100 mil.
A decisão foi tomada pelo polêmico proprietário da Cantor, Howard Lutnick, que perdeu o irmão
no atentado. Ele é tido em Wall
Street como um negociador implacável e ousado. Em entrevista
no começo da semana, afirmou
que sentia muito por ter de fazer
os cortes devido às perdas fenomenais da empresa. Lutnick não
estava na empresa na hora do ataque porque havia levado o filho à
escola no primeiro dia de aula.
Os 700 desaparecidos deixaram
cerca de 2.500 parentes diretos,
entre eles 1.500 crianças. A Cantor
ocupava os andares 101º, 103º,
104º e 105º da torre norte, exatamente onde se chocou o primeiro
avião, às 8h45. Antes do ataque, a
empresa era responsável pela corretagem de 25% dos US$ 300 bilhões movimentados diariamente
em títulos do Tesouro americano
em Nova York.
.Os paulistanos Ivan Kiryllos
Barbosa, 30, e Anne Marie Sallerin Ferreira, 29, trabalhavam na
corretora e estão entre os nove desaparecidos da lista oficial do consulado brasileiro. Seus parentes
não falam com a imprensa desde
a missa em homenagem a eles, há
duas semanas.
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