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IRAQUE
Washington muda texto, mas Moscou e Paris reprovam brecha que facilita ataque
Nova resolução dos EUA sofre crítica
DA REDAÇÃO
Os EUA levaram uma versão final revista de sua proposta de resolução da ONU sobre o Iraque
ao Conselho de Segurança (CS),
ontem, após oito semanas de negociações tumultuadas com aliados temerosos de que a medida
possa facilitar uma ação militar
americana contra o ditador Saddam Hussein.
A proposta mudou significativamente desde que foi apresentada pela primeira vez, no mês passado, mas a estrutura é a mesma:
um regime duro de inspeções de
armas aliado a uma ameaça de
"consequências sérias" se o Iraque não cumprir suas obrigações.
Apesar de a versão revisada incluir concessões aos críticos de
seu texto inicial, ainda permite
que os EUA realizem ações militares contra o Iraque sem a necessidade de uma segunda resolução.
Em uma tentativa de amenizar
críticas por parte da França e da
Rússia, a nova proposta dá a Saddam uma "oportunidade final" de
permitir as inspeções.
Mas Catherine Colonna, porta-voz do presidente francês, disse
que Jacques Chirac conversou
com o presidente russo, Vladimir
Putin, e que França e Rússia têm
reservas quanto às "ambiguidades" da nova proposta. Eles expressaram sua oposição especialmente a cláusulas que permitem
uma ação militar dos EUA sem
uma nova resolução.
A nova versão também passa a
condicionar uma advertência de
"consequências sérias", presente
na proposta anterior, a relatórios
ao CS de quaisquer falhas do Iraque em permitir as inspeções.
Outra novidade é a afirmação
de que o Iraque tem uma "oportunidade final" para cumprir suas
obrigações para com o CS.
A proposta anterior dizia que
"declarações falsas e omissões" e
a não-cooperação integral do Iraque constituiriam mais violações
das obrigações iraquianas, e a nova versão diz que essas violações
"serão avaliadas" pelo CS.
O CS discutiu a proposta por 90
minutos ontem e deve continuar
as negociações hoje. Diplomatas
americanos se reuniram ontem
com os outros quatro membros
permanentes do CS com poder de
veto -Rússia, França, Reino
Unido e China- antes de mostrar o texto aos dez membros eleitos pela Assembléia Geral.
O embaixador dos EUA na
ONU, John Negroponte, disse que
queria uma votação sobre a resolução "até o fim da semana".
"Acreditamos que essa resolução
mereça um consenso." O secretário-geral da ONU, Kofi Annan,
disse: "Eu preferiria que fosse
uma resolução unânime".
Com agências internacionais
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