São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2006

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ELEIÇÕES NOS EUA/ RETA FINAL

Pesquisa vê vitória democrata na Câmara

Média de seis levantamentos dá vantagem de 12 pontos percentuais à oposição, mas republicanos diminuem diferença

Maioria dos governos estaduais em jogo deve ir também para democratas; governistas apostam na mobilização de última hora

DE WASHINGTON

Segundo a média das seis pesquisas de intenção de voto mais recentes, pelo menos o controle da Câmara dos Representantes (deputados federais) pelos democratas estaria garantido nas eleições legislativas de hoje nos EUA. Será a primeira vez que isso acontece desde 1994. O pleito renova todas as 435 vagas da Câmara, 33 das cem do Senado e elege 36 dos 50 governadores dos Estados.
Na média, 53% dos ouvidos disseram pretender votar em candidatos democratas, ante 41% que responderam que escolheriam republicanos. No levantamento que aponta o melhor cenário para a oposição, feito pela emissora CNN no fim de semana, os democratas abriram uma vantagem de vinte pontos , 58% a 38%. No pior, do Centro de Pesquisas Pew, feito entre os dias 1º e 4, a diferença é cinco vezes menor, 47% a 43%.
No meio do caminho está o encomendado pelo jornal "USA Today" ao Instituto Gallup e feito entre os dias 2 e 5, que registra 51% para os oposicionistas, ante 44% para os governistas. Em todos, há uma ligeira diminuição da vantagem do Partido Democrata sobre o Republicano em relação aos levantamentos anteriores, geralmente na casa de um ponto. "Seja o que fizerem, não prestem atenção aos adivinhos, aos palpiteiros", disse o presidente republicano George W. Bush em comício na noite de anteontem no Estado de Kansas.
Para conseguir a liderança em uma ou ambas as Casas legislativas, os democratas têm de ganhar pelo menos 15 assentos na Câmara e seis no Senado. As pesquisas apontam que a maioria dos Executivos estaduais deve passar também para a oposição democrata.
"Modelos estatísticos construídos nas últimas eleições legislativas de meio de mandato como essa sugerem que, se o padrão for seguido neste ano, uma margem nacional de sete pontos significa que os democratas ganharão vagas suficientes para obter a maioria na Câmara", diz o relatório do Gallup, divulgado ontem.
Historicamente, também, o partido no poder sempre perde assentos nas eleições que acontecem no sexto ano de governo de um presidente.

"Campanha de 72 horas"
Segundo o levantamento do Pew, que é o que registra a maior queda na diferença entre oposição e situação, a vantagem democrata é maior (44% a 35%) entre o universo dos eleitores que garantiram que irão votar hoje -o voto não é obrigatório nos Estados Unidos.
É mirando os outros, os indecisos ou os que não pretendem votar, que o Partido Republicano colocou sua "campanha de 72 horas" nas ruas, a mesma que ajudou na vitória de Bush nas eleições de 2000 e 2004. Por todo o país, batem de porta em porta munidos de listas com nomes de eleitores republicanos registrados, cobiçadas informações que saem do chamado "Cofre dos Eleitores".
O computador tabula milhares de dados na sede do comitê central e solta listas com siglas que apontam as especificidades do eleitor a ser visitado, como "socos" ("social conservatives", conservadores sociais), "fiscos" ("fiscal conservatives", conservadores fiscais) ou "soft dems" ("democratas soft", indecisos).
A militância foi inflada por um memorando interno distribuído ontem de manhã que afirma que os republicanos vem ganhando terreno nas últimas horas, desde o anúncio da condenação de Saddam Hussein à forca, no domingo de manhã. A ver. (SÉRGIO DÁVILA)


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