DA REDAÇÃO

Segundo pesquisadores, a morte no Titanic deve ter sido menos agonizante do que se imaginava. Uma descoberta anunciada anteontem leva a crer que o naufrágio tenha sido mais rápido. Em encontro no Instituto Oceanográfico Woods Hole, nos EUA, uma equipe apresentou detalhes de um mergulho realizado em agosto que trouxe à tona novos fatos sobre o naufrágio do luxuoso navio, em 1912.
"No fim, o Titanic foi mais misericordioso", concluiu David Brown, historiador. Segundo a nova versão, depois de bater num iceberg, o casco do navio teve dano suficiente para que o Titanic imergisse rapidamente.
Foram encontradas na última expedição duas peças soltas do navio, ambas medindo cerca de 27 metros por 12 metros, que eram uma só parte de casco. Essa parte do fundo do transatlântico teria se soltado primeiro, e depois a proa se separou da popa, segundo Roger Long, arquiteto naval.
"Achávamos que o navio tivesse se partido porque estava afundando", disse Brown. "Agora sabemos que afundou porque estava partido." A parte traseira do navio permaneceu sobre as águas, com sobreviventes a bordo, por cerca de cinco minutos até a submersão. Antes, acreditava-se que a popa teria demorado 20 minutos para afundar.
A explicação antes da descoberta era que o navio dividiu-se em duas grandes partes. Essa versão tornou-se popular em 1997 com o filme de James Cameron sobre o navio que partiu do Reino Unido para os EUA.
A expedição de que Long participou foi financiada pelo canal de TV History Channel. Procurado pela Folha, Long disse que não poderia dar mais detalhes sobre as descobertas, pois o canal está organizando as conclusões da história num documentário que será apresentado em fevereiro de 2006.