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Obama age para acelerar reforma da saúde
Em visita ao Senado americano, presidente apela à união entre democratas; votação deve ocorrer nos próximos dias
Proposta sob discussão deve custar o equivalente a 7% do PIB dos EUA; a resistência republicana aponta risco de inchaço da máquina estatal
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Esperando assinar antes do
Natal a lei que transformará o
mercado e o sistema de saúde
nos EUA, o presidente americano, Barack Obama, fez ontem
uma visita ao Capitólio, sede do
Legislativo, para tentar acelerar a votação da proposta.
Acompanhado pelo vice-presidente do país, Joe Biden,
Obama disse aos senadores que
"este é o momento da grande
mudança". Ele exortou os
membros de seu partido, o Democrata, à união em torno da
votação.
A Câmara dos Representantes (deputados federais) já
aprovou sua proposta para a
saúde há cerca de um mês.
No Senado, os democratas
não podem ter uma única defecção para que o projeto seja
aprovado sem a possibilidade
de protelações provocadas pela
oposição republicana.
Se o Senado aprovar o projeto, que precisa de um mínimo
de 60 dos 100 votos da Casa para passar sem impedimentos,
ele será cotejado com a proposta aprovada na Câmara. Depois,
os planos serão mesclados em
uma única lei que irá para a
sanção presidencial.
A ambiciosa proposta de
Obama encontra enorme resistência entre os republicanos e
deve custar US$ 1,1 trilhão (o
equivalente a 7% do PIB dos
EUA), a ser empregado ao longo dos próximos dez anos.
Na prática, o plano prevê que
todos os americanos tenham
seguro-saúde e que todas as
empresas no país ofereçam o
benefício a seus funcionários.
Cerca de 36 milhões de pessoas
passariam a contar com assistência médica.
O projeto também quer proibir que as seguradoras neguem
cobertura a quem já tem alguma doença e que não possam
aumentar encargos caso o segurado adoeça.
Os senadores democratas
passaram o fim de semana reunidos tentando um acordo.
Assim como ocorreu na Câmara, o principal ponto de controvérsia é a ideia de que o governo poderá acabar gerenciando uma gigantesca seguradora para oferecer planos de
saúde a quem não conseguir cobertura no setor privado.
Para se chegar a um acordo, é
bastante provável que a lei estabeleça que essa nova seguradora não poderá dar lucro.
Outro ponto polêmico é se o
plano de saúde dessa seguradora estatal oferecerá cobertura a
mulheres que queiram realizar
abortos. Assim como ocorreu
na Câmara, o mais provável é
que isso fique proibido.
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