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EUA
Segundo análise do Legislativo, Bush não recebeu autorização para ordenar monitoramento de civis após o 11 de Setembro
Grampo tem base legal frágil, diz Congresso
DA REDAÇÃO
A justificativa do presidente
George W. Bush para ordenar escutas telefônicas de civis americanos tem bases legais questionáveis, e o Legislativo aparentemente não deu a ele autoridade para
ordenar o monitoramento, afirmou uma análise do Congresso
divulgada na noite de anteontem.
A análise, feita pelo Serviço de
Pesquisa Congressional, um braço não-partidário do Congresso,
foi a primeira avaliação oficial da
questão, assunto principal em
Washington há três semanas:
Bush agiu dentro da lei ao ordenar a NSA (Agência Nacional de
Segurança, na sigla em inglês) a
fazer escutas de alguns americanos após o 11 de Setembro?
O relatório, que foi requisitado
por vários membros do Congresso, não chegou a uma conclusão
certa sobre a legalidade do programa, em parte porque, segundo
o documento, muitos detalhes
continuam sendo confidenciais.
Mas a análise levantou várias dúvidas sobre o poder do presidente
de não pedir autorização para ordenar este tipo de operação, dizendo que as razões legais "não
parecem ser tão bem fundamentadas" quanto os advogados da
administração Bush afirmam.
A análise criticou a justificativa
central do governo, de que o Congresso havia aprovado este tipo de
escuta após os atentados de 11 de
setembro de 2001, ao autorizar
"toda força necessária e apropriada" contra os terroristas responsáveis. O relatório diz, no entanto,
que o Congresso "não parece ter
autorizado nem permitido este tipo de monitoramento".
O presidente admitiu no mês
passado que havia autorizado a
NSA a fazer escutas de ligações telefônicas internacionais e ler e-mails de cidadãos americanos e
outros nos EUA sem mandado judicial se eles fossem suspeitos de
ter ligações com a Al Qaeda.
Advogados da administração
Bush disseram que o presidente
agiu de acordo com seus poderes.
"O presidente deixou claro que
vai usar sua autoridade constitucional e estatutária para proteger
o povo americano de mais ataques terroristas", disse Brian
Roehrkasse, porta-voz do Departamento de Justiça.
Vários democratas e alguns republicanos apontam para o relatório como o indicador mais forte
de que Bush excedeu sua autoridade na luta contra o terrorismo.
Uma justificativa do governo
para não pedir autorizações específicas para escutas foi de que isso
poderia alertar os terroristas sobre o programa. O relatório do
Congresso afirmou que a razão
"não é convincente".
Líder republicano renuncia
O deputado republicano Tom
DeLay anunciou ontem que desistiu de reassumir a liderança da
bancada republicana, em Washington. Ele precisou deixar o
posto no final do ano passado, em
razão de escândalo de financiamento de campanha em que se
envolveu em seu Estado, o Texas.
DeLay, que já foi um dos homens mais importantes do Congresso, disse "não poder deixar
que nossos adversários nos dividam e nos desviem as atenções".
O líder vinha sofrendo pressões
dentro da bancada, em razão de
suas ligações com o lobista Jack
Abramoff, indiciado por corrupção. Abramoff se comprometeu
esta semana a colaborar com a
Justiça, em troca de informações
sobre a rede de ilegalidades da
qual participou. Há entre os republicanos, em Washington, o temor de que Abramoff envolva
DeLay em novos casos.
Com "The New York Times" e agências internacionais
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