São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2011

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Jornal da Noruega fura pacto do WikiLeaks

"Aftenposten" obteve 250 mil papéis de fonte não identificada e tem feito divulgações

AMARO GRASSI
DE SÃO PAULO

O restrito círculo de veículos de imprensa que tiveram acesso antecipado aos mais de 250 mil reservados documentos da diplomacia americana obtidos pelo WikiLeaks foi rompido pelo pouco conhecido jornal da Noruega "Aftenposten", o principal do país.
Desde o último dia 3, o periódico vem fazendo importantes revelações a partir de despachos aparentemente negligenciados pelos grandes veículos que firmaram o acordo com o criador do site, Julian Assange.
Entre elas estão a existência de um projeto entre EUA e Alemanha para produzir "satélites-espiões", a admissão de Israel de que pretendia levar a faixa de Gaza "à beira do colapso" e a cobrança de propina para entrada de produtos no território palestino.
Desde o fim de novembro, quando foram divulgados os primeiros documentos, as revelações tinham ficado quase que restritas a cinco grandes periódicos: "Guardian" (Reino Unido); "New York Times" (EUA); "El País" (Espanha); "Le Monde" (França); e "Der Spiegel" (Alemanha).
No Brasil, Folha e "O Globo" têm acesso antecipado a despachos do país.
Os vazamentos de documentos são previamente combinados com o WikiLeaks, mas o diário norueguês furou esse pacto.
Procurado ontem pela Folha, o "Aftenposten" confirmou ter recebido os documentos por volta do Natal.
Uma possibilidade é que a fonte seja um ex-funcionário do WikiLeaks que deixou o site insatisfeito.
Fundado em 1860, o jornal conservador possui tiragem de cerca de 380 mil exemplares por dia.
Anteontem, a revista "Vanity Fair" revelou que o "Guardian", além de receber o material de Assange, obteve os documentos paralelamente, a partir de vazamento de dentro do WikiLeaks.
O fato gerou atrito entre as partes, e o criador do WikiLeaks ameaçou processar o jornal caso os papéis fossem revelados antes do seu aval.


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