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Economia desperta eleitores
DAVID FIRESTONE
do "The New York Times", em Covington
Os antigos algodoais do condado de Newton hoje são ocupados
por fábricas novas e automatizadas que produzem um fluxo interminável de cereal Honey Nut
Cheerios e lâminas de poliéster. E,
com cada caminhão carregado
que deixa a cidade, a economia local transformada produz o que se
poderia chamar de o oposto da
complacência: um engajamento
com o mundo da prosperidade e
da política que supera as expectativas dos próprios planejadores
desse crescimento.
No centro-norte da Geórgia,
Newton e os condados vizinhos
praticamente reverberam com o
sucesso econômico que envolveu
a região, antigamente rural. Com
desemprego abaixo de 3%, boas
ofertas de emprego se acumulam
nos classificados dos jornais locais.
Hoje a política nacional já não
parece ser um tema tão alheio à
população. Pessoas dotadas de
planos de saúde e previdência privada comentam a corrida presidencial como se fossem acionistas
discutindo o conselho de direção
de sua empresa, dissecando os
candidatos e suas vidas.
"Tenho ouvido os discursos de
Bush, e parece que ele está se fortalecendo por ser obrigado a entender o que McCain tem a dizer",
comentou o construtor Dan Corder, no restaurante Smiley.
Crystal Butler, que trabalha na
rede de mercearias Bell's, está satisfeita com o crescimento do
condado e com o fato de muitos
de seus amigos não mais estarem
desempregados. Ela pretendia
agradecer ao vice-presidente Al
Gore com seu voto ontem. "Gosto
do jeito como ele diz às pessoas o
que pretende fazer com a educação e a economia", comentou.
Se as campanhas eleitorais anteriores foram vistas por aqui como
uma sucessão de manchetes confusas e reivindicações iradas, a
deste ano mais lembra um livro
interessante, mas cuja trama se
desenrola tranquilamente.
Interpretada por um grupo de
personagens muito distintos, a
trama gira em torno da prosperidade nacional, e a população do
condado de Newton está profundamente interessada em seu desenlace.
Agora que começaram a sentir
o gostinho da boa vida, muitos
dos 59 mil habitantes do condado
querem saber exatamente o que
cada candidato se propõe a fazer
para garantir que ela continue.
Querem saber detalhes dos programas dos candidatos para a
economia e a educação.
Os empregados da coreana
SKC, que produz filmes plásticos
de alta qualidade, da fábrica da
Michelin ou da fábrica de freios
da Nisshinbo Automotive estão
muito mais interessados em política comercial do que estavam alguns anos atrás.
"A expansão econômica do
condado ampliou muito os horizontes das pessoas, coisa que,
acredito, ninguém previa", afirma Samuel B. Hay, executivo-chefe de um dos maiores bancos
de Covington.
"Agora temos um contingente
asiático considerável aqui, uma
fábrica francesa de vidros e pessoas chegando de todo o mundo.
Podem ocorrer atritos políticos,
mas, de modo geral, isso vem sendo bom para a comunidade."
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