São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2004

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GRÉCIA

Nova Democracia vence eleição e encara missão olímpica

Conservadores gregos substituirão socialistas no poder após 11 anos

DA REUTERS

Os conservadores venceram ontem a eleição legislativa grega e puseram fim a 11 anos de governo socialista do Pasok. Desde 1981, os socialistas só não controlaram o Parlamento entre 1990 e 1993.
O líder da Nova Democracia, Costas Karamanlis, assumirá o cargo de premiê com dois desafios imediatos: superar os atrasos no cronograma da Olimpíada de Atenas, que começam em agosto, e ajudar na negociação para a reunificação do Chipre, ilha dividida há 30 anos entre cipriotas turcos e cipriotas gregos.
No final da tarde, de uma janela da sede da Nova Democracia em Atenas, Karamanlis acenou para os milhares de eleitores do partido que celebravam sua vitória com bandeiras da Grécia.
"É uma grande honra e também uma grande responsabilidade. Os Jogos Olímpicos serão os melhores e os mais salvos, e a Grécia mostrará sua face moderna", declarou o novo premiê.
"Desejo a Karamanlis sucesso em seu trabalho, para o bem da Grécia", afirmou o líder do Pasok, George Papandreou, admitindo a derrota.
Formado em direito nos EUA, Karamanlis, 51, integra uma das principais dinastias políticas da Grécia. O mais jovem premiê da história do país é sobrinho de Constantine Karamanlis, primeiro líder democraticamente eleito após a ditadura militar (1967-74).
A vitória conservadora ficou clara no fim do dia, logo após o fechamento das urnas, quando quatro pesquisas indicaram o triunfo do partido de Karamanlis sobre os socialistas por uma margem de cinco pontos percentuais, em média. Levantamento da TV estatal Net, por exemplo, dava aos conservadores 45,5% dos votos, contra 40,2% dos socialistas.
À noite, os primeiros resultados consolidaram a projeção. Com 56% da apuração feita, os conservadores tinham 46,5% dos votos, e os socialistas, 40,5%. Analistas eleitorais previram que a Nova Democracia controle 170 das 300 cadeiras do Parlamento. O Pasok deve ficar com menos de 120.
Os 10 milhões de eleitores gregos tinham de optar entre o establishment socialista, abalado por denúncias de corrupção, e um líder conservador que nunca exercera um cargo ministerial.
Com a vitória conservadora, a Grécia entra para o grupo de países europeus que nos últimos anos tiveram uma guinada à direita, como Itália e Portugal.



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