São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2006

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Impasse atrasa novo governo; mais 19 morrem

DA REDAÇÃO

O sistema político iraquiano caminhava ontem para o colapso, com a forte possibilidade de a maioria árabe-xiita boicotar a primeira sessão do Parlamento -um passo crucial para formar um novo gabinete- e a promessa das minorias árabe-sunita e curda de boicotar um governo encabeçado pelo atual premiê, Ibrahim al Jaafari, indicado pelo bloco xiita para continuar no cargo.
O embaixador dos EUA, Zalmay Khalilzad, se reuniu com um dos principais líderes xiitas do país, Abdul-Aziz al Hakim, para discutir a saída da crise. O vácuo de poder, crê Khalilzad, está alimentando a violência no país.
O presidente Jalal Talabani, que é curdo, havia dito a Al Hakim que seu bloco não apoiaria Al Jaafari. Na noite de ontem, representantes do bloco curdo e da Aliança Xiita por um Iraque Unido se reuniram, mas não conseguiram chegar a uma solução para o impasse.
Em meio à crise, ataques a bombas, morteiros e tiros deixaram ontem pelo menos 19 mortos pelo país, dando continuidade à espiral de violência etno-religiosa que envolveu o Iraque desde o atentado contra a Mesquita Dourada no último dia 22. O templo, em Samarra, é um dos mais importantes para os xiitas, e sua destruição detonou uma onda de ataques e contra-ataques que deixou ao menos 500 mortos.
Também ontem, a TV por satélite árabe Al Jazira, de Dubai, levou ao ar novas imagens de três missionários cristãos seqüestrados há três meses no Iraque. O vídeo, datado do último dia 28, mostra o britânico Norman Kember, 74, e os canadenses James Loney, 41, e Harmeet Singh Sooden, 32. O americano Tom Fox, 54, seqüestrado com os demais, não aparece. Nenhuma informação foi dada a seu respeito.
Em comunicado, o grupo Brigadas das Espadas dos Justos disse que matará os reféns se todos os prisioneiros iraquianos não forem soltos, mas não impôs prazo.


Com agências internacionais

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