DA REDAÇÃO

O secretário da Justiça dos EUA, Alberto Gonzales, defendeu ontem a prisão na base de Guantánamo, em Cuba, afirmando que os detentos recebem tratamento de saúde de primeira, uma boa alimentação e uma "proteção legal sem precedentes".
"Operamos Guantánamo porque há uma necessidade para os EUA de deter os combatentes inimigos em algum lugar", disse Gonzales em um discurso no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Londres. "Essa foi a gênese de Guantánamo. Essa necessidade continua hoje."
O secretário afirmou que os detentos da base recebem assessoramento de autoridades americanos e têm um direito de resposta e uma audiência formal e em separado de seu caso perante um tribunal composto por três membros, com direito de apelação.
"Os detentos têm acesso a tratamento de saúde de primeira, refeições saudáveis que atendem a seus requisitos culturais e religiosos e uma oportunidade de observar sua crença religiosa", disse Gonzales. "Estamos conscientes de que nenhuma outra nação da história deu tal proteção a combatentes inimigos."
As afirmações do secretário da Justiça ocorrem depois que os EUA divulgaram, por ordem judicial, documentos que fornecem detalhes sobre os presos em Guantánamo e revelam a natureza arbitrária das detenções. Em quatro anos, apenas 10 dos cerca de 500 detentos foram formalmente acusados por algum crime.

Aprovação
A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou ontem, por 280 votos a favor e 138 contra, a renovação do Patriot Act -conjunto de medidas excepcionais de ampliação dos poderes de agências de combate ao crime para facilitar a luta contra o terrorismo.
O pacote de leis deve ser assinado pelo presidente George W. Bush até a sexta-feira, quando um conjunto de 16 itens expiraria.