São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2007

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Chávez baixa decreto do "bolívar forte"

Inflação levou à desvalorização da moeda venezuelana; reforma monetária só entra em vigor em janeiro de 2008

Banco Central e governo anunciam "campanha educativa" para explicar conversão de preços e apresentar novas cédulas

DA REDAÇÃO

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, assinou o decreto da reforma monetária, que vai eliminar três zeros do bolívar. "Retorna o bolívar forte", disse ele na noite de anteontem, em seu programa de rádio. A lei estabelece que, a partir de 1º de janeiro do próximo ano, mil bolívares serão transformados em um bolívar.
A atual cotação oficial de 2.150 bolívares por dólar passará a 2,15 bolívares a partir de 1º de janeiro. No mercado paralelo, atualmente a moeda americana vale 4.000 bolívares.
A inflação no país é a maior da América Latina, de 17% em 2006. O governo tem tentado, sem sucesso, combatê-la com controle de preços.
No mês passado, depois de uma onda de escassez de carne e outros produtos básicos, Chávez baixou um decreto que prevê a expropriação de frigoríficos que retenham seus estoques. Por causa do controle do câmbio, em vigor há três anos, montadoras de automóveis ameaçaram suspender a produção, alegando não ter divisas para a importação de peças.
Um dos objetivos da medida, segundo o decreto, é obter mais eficiência no sistema de pagamentos, com o fim de reduzir o estoque de papel moeda, simplificar operações econômicas e facilitar o registro contábil de transações. Até o final do ano, o governo e o Banco Central farão uma campanha educativa para informar sobre a transição para a nova moeda.
"Com esta campanha queremos sensibilizar a população sobre a importância e utilidade da medida, facilitar o processo de aprendizagem na conversão dos preços e mostrar as características das novas moedas e cédulas", diz o comunicado do Banco Central. A reforma, acrescenta o comunicado, é parte do "compromisso de recuperar o poder aquisitivo da moeda e reafirmar o objetivo da estabilidade da economia".

Petrolíferas
O presidente da petrolífera americana Exxon Mobil, Rex Tillerson, disse ontem que sua empresa não planeja novos investimentos na Venezuela "por causa das poucas condições existentes neste momento no país". A empresa foi uma das afetadas pela nacionalização dos projetos de exploração na bacia do rio Orinoco -que, a partir de agora, terão que ficar sob controle da estatal do petróleo, a PDVSA.
A transição para associações em que o Estado venezuelano terá pelo menos 60% das ações tem que ser feita até 1º de maio, segundo decreto assinado por Chávez na semana passada. A francesa Total e a britânica BP disseram no início da semana que continuarão na Venezuela sob as novas regras.


Com agências internacionais e o "Financial Times"


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