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Chávez baixa decreto do "bolívar forte"
Inflação levou à desvalorização da moeda venezuelana; reforma monetária só entra em vigor em janeiro de 2008
Banco Central e governo anunciam "campanha educativa" para explicar conversão de preços e apresentar novas cédulas
DA REDAÇÃO
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, assinou o decreto da reforma monetária, que
vai eliminar três zeros do bolívar. "Retorna o bolívar forte",
disse ele na noite de anteontem, em seu programa de rádio.
A lei estabelece que, a partir de
1º de janeiro do próximo ano,
mil bolívares serão transformados em um bolívar.
A atual cotação oficial de
2.150 bolívares por dólar passará a 2,15 bolívares a partir de 1º
de janeiro. No mercado paralelo, atualmente a moeda americana vale 4.000 bolívares.
A inflação no país é a maior
da América Latina, de 17% em
2006. O governo tem tentado,
sem sucesso, combatê-la com
controle de preços.
No mês passado, depois de
uma onda de escassez de carne
e outros produtos básicos, Chávez baixou um decreto que prevê a expropriação de frigoríficos que retenham seus estoques. Por causa do controle do
câmbio, em vigor há três anos,
montadoras de automóveis
ameaçaram suspender a produção, alegando não ter divisas
para a importação de peças.
Um dos objetivos da medida,
segundo o decreto, é obter mais
eficiência no sistema de pagamentos, com o fim de reduzir o
estoque de papel moeda, simplificar operações econômicas
e facilitar o registro contábil de
transações. Até o final do ano, o
governo e o Banco Central farão uma campanha educativa
para informar sobre a transição
para a nova moeda.
"Com esta campanha queremos sensibilizar a população
sobre a importância e utilidade
da medida, facilitar o processo
de aprendizagem na conversão
dos preços e mostrar as características das novas moedas e
cédulas", diz o comunicado do
Banco Central. A reforma,
acrescenta o comunicado, é
parte do "compromisso de recuperar o poder aquisitivo da
moeda e reafirmar o objetivo
da estabilidade da economia".
Petrolíferas
O presidente da petrolífera
americana Exxon Mobil, Rex
Tillerson, disse ontem que sua
empresa não planeja novos investimentos na Venezuela "por
causa das poucas condições
existentes neste momento no
país". A empresa foi uma das
afetadas pela nacionalização
dos projetos de exploração na
bacia do rio Orinoco -que, a
partir de agora, terão que ficar
sob controle da estatal do petróleo, a PDVSA.
A transição para associações
em que o Estado venezuelano
terá pelo menos 60% das ações
tem que ser feita até 1º de maio,
segundo decreto assinado por
Chávez na semana passada. A
francesa Total e a britânica BP
disseram no início da semana
que continuarão na Venezuela
sob as novas regras.
Com agências internacionais e o "Financial Times"
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