do "El País"

A organização humanitária Anistia Internacional (AI) divulgou em Londres um relatório intitulado "Preocupações na Europa", no qual denuncia graves violações dos direitos humanos cometidos no segundo semestre do ano passado em 27 países europeus.
Segundo a AI, "embora muitos na Europa desfrutem os direitos fundamentais, há pessoas, entre as quais figuram candidatos a asilo e membros de minorias étnicas e religiosas, que continuam a sofrer os efeitos de uma faceta da Europa que vai contra sua imagem de baluarte dos direitos humanos".
O relatório continua: "Desde o Reino Unido até o Azerbaijão há denúncias de espancamentos, abusos sexuais, simulacros de enforcamento, aplicação de choques elétricos, insultos racistas e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes por parte da polícia, e muitos dos responsáveis nunca foram processados".
Na parte referente à Espanha, o relatório da AI faz referência ao ETA (grupo separatista basco).
A organização expressa sua preocupação com os assassinatos e os sequestros realizados pelo ETA e afirma que "os direitos humanos nunca são negociáveis e não podem depender do começo ou fim de um cessar-fogo ou das circunstâncias especiais de um processo de paz".
As denúncias atingem também as autoridades policiais espanholas. Em outubro passado, a AI escreveu ao diretor da Guarda Civil espanhola, que tinha solicitado mais detalhes sobre as informações referentes a torturas contidas no relatório anual de 1999.
O Ministério do Interior da Espanha enviou à Anistia Internacional uma carta em que afirmava que as forças de segurança espanhola se pautam pelo respeito à lei e o bom comportamento.
"O Ministério do Interior até agora não deu resposta específica à maioria das recomendações feitas", afirmou o grupo de direitos humanos.


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