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China boicota homenagem ao papa
DA REDAÇÃO
O governo chinês afirmou ontem que não enviará nenhum representante ao funeral do papa
João Paulo 2º porque o Vaticano
mantém relações diplomáticas
com Taiwan. Pequim considera a
ilha uma Província rebelde.
"Nas atuais circunstâncias, a
China não enviará uma delegação", disse Qin Gang, porta-voz
da Chancelaria chinesa. A China
rejeita estabelecer contatos com
países que reconhecem Taiwan
como um Estado. O Vaticano é o
único país da Europa que tem relações diplomáticas com Taiwan e
não com a China.
Pequim afirmou nesta semana
que somente estudaria o estabelecimento de relações com o Vaticano se o Estado católico rompesse com Taiwan, além de parar de
interferir em assuntos internos da
China.
As relações entre o Vaticano e a
China foram rompidas pelo regime comunista em 1951. Uma igreja católica controlada pelo Estado
foi criada na China. O papa é reconhecido como líder espiritual,
mas os bispos são nomeados pela
própria igreja. Católicos independentes são perseguidos.
O porta-voz da Chancelaria chinesa também criticou o governo
italiano por conceder visto ao presidente de Taiwan, Chen Shui-bian, para participar do funeral
no Vaticano.
"Nós esperamos que o Vaticano
dê passos concretos para melhorar as relações com a China, em
vez de criar novas barreiras", afirmou. Os chineses temem que
Chen use a viagem para a Itália
para fazer propaganda para a independência da ilha.
Apenas a China decidiu tomar
uma decisão drástica para não se
reunir com o inimigo. O funeral
de João Paulo 2º deixará próximos antigos adversários. O presidente dos EUA, George W. Bush,
estará a apenas alguns metros do
presidente do Irã, Mohammed al
Khatami.
Os EUA classificam o Irã como
um dos países do "eixo do mal", e
os iranianos chamam o governo
americano de "grande satã". Khatami, porém, é uma das figuras
mais moderadas em seu país.
O presidente de Israel, Moshe
Katsav, ficará perto do ditador sírio, Bashar al Assad. Sírios e israelenses são inimigos desde a criação de Israel. As colinas do Golã,
que pertencem à Síria, são ocupadas pelos israelenses.
Um líder cuja presença causou
enorme polêmica é o ditador do
Zimbábue, Robert Mugabe. Pária
da comunidade internacional,
Mugabe é proibido de viajar à Europa por desrespeitar os direitos
humanos em seu país.
Porém foi aberta uma exceção
para o líder africano participar no
funeral de João Paulo 2º. Ele desembarcou ontem no país. O visto
de Mugabe tem data de validade e
sua circulação é restrita a Roma e
o local do funeral, no Vaticano.
Para evitar constrangimentos, o
cerimonial do Vaticano estava estudando uma forma ontem de
não deixar líderes inimigos em lugares próximos no funeral.
Com agências internacionais
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