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IRAQUE SOB TUTELA
Últimos nomes serão submetidos a Parlamento; onda de ataques continua e atentado mata mais 22
Iraque faz acordo para completar gabinete
DA REDAÇÃO
Líderes iraquianos anunciaram
ontem que chegaram a um acordo para preencher os últimos postos de primeiro escalão do governo, colocando fim a meses de impasse. O cargo de ministro da Defesa caberá a um árabe sunita, o
qual terá a missão de combater a
insurgência, que intensificou suas
ações nas últimas semanas.
Ontem, terroristas voltaram a
atacar no centro de Bagdá, detonando um ou dois carros-bombas
num cruzamento no instante em
que passava um comboio de quatro veículos civis com estrangeiros. Ao menos 22 morreram, incluindo dois norte-americanos.
Desde que os partidos vencedores da eleição anunciaram o novo
gabinete, há duas semanas, insurgentes ampliaram seus ataques,
matando mais de 300 pessoas. A
intensificação dos atentados é um
desafio à previsão do governo segundo a qual a resistência estava
se enfraquecendo.
Muitos iraquianos afirmam que
a demora para formar o governo
após a histórica eleição de 30 de
janeiro permitiu que os insurgentes se reagrupassem. Mesmo depois de o gabinete ter tomado
posse, na última terça-feira
-mais de três meses depois do
pleito-, vários postos-chave permaneciam vagos.
Pessoas ligadas aos dois principais blocos no Parlamento, a
Aliança Iraquiana Unida (xiita) e
a coalizão curda, disseram que se
chegou a um acordo para preencher os postos remanescentes, incluindo os titulares dos ministérios da Defesa e do Petróleo.
O novo chefe da Defesa deverá
ser o árabe sunita Saadoun al Dulaimi. A pasta do Petróleo caberá
ao xiita Ibrahim Bahr al Uloum.
O primeiro-ministro, Ibrahim
Jaafari, confirmou o acordo para
preencher os últimos cinco cargos
de primeiro escalão e disse que os
nomes serão apresentados hoje
ao Parlamento para aprovação.
A minoria árabe sunita, que dominou a cena política durante a
ditadura de Saddam Hussein, ficou extremamente sub-representada após as eleições de janeiro. A
maioria dos eleitores sunitas não
compareceu às urnas, atendendo
a apelos para boicotar o pleito ou
temendo tornar-se alvo de ataques. O Parlamento de 275 cadeiras conta com apenas 17 legisladores sunitas (6%). Demograficamente, os sunitas representam
20% da população iraquiana.
Líderes xiitas e curdos concordaram em oferecer cargos importantes para os sunitas numa tentativa de atenuar tensões étnicas.
O atentado de ontem levou o
caos ao centro de Bagdá. Além
dos 22 mortos, houve pelo menos
35 feridos. Testemunhas dizem
que havia crianças entre os feridos. A rua foi tomada por cacos
de vidro e destroços dos carros.
A bomba visava atingir um dos
comboios normalmente usados
por civis estrangeiros para deslocar-se em Bagdá. São em geral vistosos utilitários esportivos protegidos por outros veículos no qual
vão guardas armados.
Militares norte-americanos disseram que o comboio atingido era
operado por uma companhia dos
Estados Unidos, mas não divulgaram o seu nome.
Anteontem, a explosão de um
carro-bomba numa feira em Suwayra, ao sul de Bagdá, matou 31
pessoas. Também na sexta, um
homem-bomba explodiu seu carro ao lado de um miniônibus da
polícia em Tikrit, cidade natal de
Saddam Hussein, matando pelo
menos nove policiais.
Na quinta, explosões em Bagdá
mataram 24. Na quarta, um ataque suicida na cidade curda de
Arbil (norte), matara 60.
Com agências internacionais
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