São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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EUA tirarão um terço dos militares da Coréia do Sul

DA REDAÇÃO

Os EUA anunciaram ontem que retirarão 12 mil de seus 37 mil militares hoje estacionados na Coréia do Sul até o fim de 2005. O plano faz parte de uma ampla reforma da presença militar americana na Europa, no Oriente Médio e na Ásia, que ainda provocará uma redução das tropas na Alemanha.
A idéia básica consiste em reduzir numericamente e incrementar com novos meios tecnológicos os pontos em que os militares dos EUA se encontram. Trata-se de um programa de reforma chamado Revisão da Atitude de Defesa Global.
Segundo o Pentágono, a nova política daria aos soldados maior mobilidade de intervenção e os faria deixar uma lógica criada na Guerra Fria, tendo novas prioridades. Estas vão do Iraque à guerra contra o terrorismo global, passando pelas tensões no mundo árabe e pela proteção das rotas utilizadas por grandes petroleiros.
A decisão de diminuir a presença militar na Coréia do Sul foi comunicada, anteontem à noite, ao governo sul-coreano e anunciada ontem de manhã.
O anúncio foi feito por Kim Sook, que chefia a divisão norte-americana da Chancelaria da Coréia do Sul. Segundo Sook, entre os militares que deixarão seu país estão os já programados 3.600, que deverão nas próximas semanas ser deslocados para o Iraque, onde os EUA já atuam com 138 mil soldados e oficiais.
As forças norte-coreanas contam com 1,1 milhão de homens. As da Coréia do Sul têm 690 mil. Assim, os 37 mil militares americanos na península têm um peso mais político do que militar, disseram analistas americanos.
Dentro do mesmo rearranjo, o jornal japonês "Asahi Shimbun" disse ontem que cerca de 14 mil militares americanos deixariam Okinawa e se instalariam na base japonesa de Hokkaido. Não haveria redução.
Uma emissora australiana de rádio disse ontem que o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, discute com o ministro da Defesa local, Robert Hill, a assinatura, em julho, de um acordo que permitiria a construção de um centro de treinamento na Austrália.
O novo centro seria usado para treinamento de operações aeroterrestres, que seriam lançadas em caso de tentativas de obstrução das rotas de petróleo.
A mesma lógica levou o Pentágono a investir na ampliação de sua base aérea e naval em Guam, ilha controlada pelos EUA no Pacífico ocidental.
Quanto às mudanças da presença militar americana na Europa, o "New York Times" informa que deverão deixar a Alemanha duas divisões do Exército, o que pode significar 40 mil homens.
Ao mesmo tempo, um grupo de 72 caças e de aviões de apoio logístico deixariam Spangdahlem, na Alemanha, e se instalariam na Turquia. Assim, eles ficariam mais perto de prováveis focos de tensão situados no Oriente Médio.


Com agências internacionais


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