São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

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IRAQUE SOB TUTELA

Premiê liberta 562 pessoas presas por erro ou sem provas

DA REDAÇÃO

Centenas de prisioneiros foram libertados ontem no Iraque, no primeiro ato do plano do primeiro-ministro Nuri al Maliki de soltar 2.500 pessoas "contra as quais não haja evidências claras ou que tenham sido detidas por engano". Ao todo, 562 ganharam as ruas.
Alguns, agarrados ao Corão, beijavam o chão. Outros choravam. A maioria foi presa sem nenhuma acusação formal, sob suspeita de envolvimento na insurgência árabe sunita contra o governo, de maioria árabe xiita, apoiado pelos EUA.
A detenção de milhares de iraquianos desde a invasão do país, em 2003, é uma das grandes fontes de descontentamento popular. Calcula-se que haja 28 mil encarcerados atualmente.
Cerca de cem pessoas foram deixadas numa estação de ônibus de Bagdá. "Passei 16 meses na prisão sem razão específica. Eles só me interrogaram uma vez, acusando-me de patrocinar o terrorismo", disse Youssef Khidr, 38.
O contador Hamid Jassim Mohammad, 39, disse ter ficado preso nove meses. "Eles só me interrogaram por cinco minutos, e fiquei na cadeia até hoje." A libertação de ontem foi a maior desde a invasão. Maliki espera, com a ação, reforçar sua autoridade, abalada por disputas internas na aliança árabe xiita.
Ontem, seis membros da polícia iraquiana foram mortos em dois atentados a bomba em Bagdá. A explosão de um carro-bomba matou outras duas pessoas. Ainda na capital, 13 das cerca de 50 pessoas que haviam sido seqüestradas nesta semana foram encontradas vivas, mas com sinais de tortura e ferimentos a bala nos pés. Em Mosul (norte do país), três universitários foram assassinados a tiros.


Com agências internacionais

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