São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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Economia anula "efeito Osama bin Laden" para Obama

Crise econômica e alto desemprego reduzem em quase dez pontos índice de aprovação do presidente dos EUA

Obama admite estar preocupado com fato de recuperação econômica não produzir empregos na velocidade desejada

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

A situação precária da economia e o desemprego em 9,1% já varreram a alta de popularidade conseguida pelo presidente Barack Obama após a morte do terrorista Osama bin Laden, de acordo com pesquisa "Washington Post"/ABC divulgada ontem.
No levantamento, só 47% dos americanos aprovam a performance de Obama na Casa Branca hoje, contra 56% que diziam o mesmo logo após a morte do líder da Al Qaeda, em 1º de maio.
São os mesmos 47% que o aprovavam em abril, indicando que o estímulo fornecido pelo anúncio sobre Bin Laden foi mesmo um ponto fora da curva.
Obama tem agora 49% de desaprovação geral -53% para eleitores independentes, que serão cruciais na eleição presidencial de 2012.
Ao mesmo tempo, 59% dos entrevistados desaprovam as ações de Obama na economia (49% destes desaprovam fortemente).
A visão negativa da situação da economia em geral é comum a 90% dos ouvidos.
"A pesquisa retrata um sentimento pessimista espalhado pelo país enquanto alta da gasolina, queda do valor de imóveis e um cenário decepcionante no desemprego trazem preocupações novas sobre o ritmo da recuperação", afirma o "'Post".

AMEAÇA REPUBLICANA
Em meio aos problemas, Barack Obama apareceu em empate técnico na mesma pesquisa com o republicano Mitt Romney em um possível cenário para a eleição do ano que vem.
O presidente alcançou 46% e o potencial rival, 49% entre eleitores registrados. Entre o público em geral, cada um tem 47%.
A pesquisa tem margem de erro de 3,5 pontos para mais ou para menos.
À época da morte de Bin Laden em uma operação especial das forças americanas no Paquistão, discutia-se o quanto isso facilitaria a reeleição.
Essa sugestão começa a se desvanecer conforme a prioridade pública volta a ser a economia, tema principal da campanha de Romney.
"Democratas quase certamente tentarão trazer a morte de Bin Laden de volta [na campanha em 2012]", disse à Folha Sean Trende, analista político do site Real Clear Politics. "O perigo é que não querem parecer estar politizando o que é visto como uma vitória dos EUA, não só do presidente."
Ele vê com cautela também o empate com Romney a esta altura.
"A pesquisa mostra que Obama está fraco e tem problemas que precisa resolver, [mas] não diz muito sobre 2012", avaliou.
Obama falou sobre a situação da economia ontem.
"Não estou preocupado sobre novo mergulho na recessão", disse. "Estou preocupado com o fato de que a recuperação que temos não está produzindo empregos tão rapidamente quanto eu gostaria."
Ele também tem que lidar com as trocas em sua equipe. Nesta semana foi a vez de Austan Goolsbee, que presidiu por menos de um ano o conselho econômico da Casa Branca, anunciar saída.


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