São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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Desconfiança ditava ligação com os países da região

DE BUENOS AIRES

Apesar do apoio americano a quase todos os golpes de Estado na América Latina nos anos 60 e 70, a relação da Casa Branca com as ditaduras sempre foi marcada pela desconfiança.
No caso brasileiro, a evidência foi a assinatura de um acordo nuclear com a Alemanha, em 1975. Os Estados Unidos tentaram impedir a realização do tratado.
Nos documentos da Operação Condor, o setor de inteligência do Departamento de Estado relata a preocupação de que os países do Cone Sul atuassem politicamente em um bloco.
O Brasil é o único que pode exercer essa liderança, diz trecho do documento intitulado "Cone Sul - Bloco em Formação?", elaborado no primeiro ano (1977) do governo Jimmy Carter.
"O país é a potência econômica da região e o único com legítimas pretensões de exercer influência extra-hemisfério", afirma o texto.
Ao radiografar a América do Sul e criticar principalmente a brutalidade das ditaduras do Chile e da Argentina, a Casa Branca afirma que um eventual bloco atuaria contra a nova política norte-americana na área de direitos humanos.
Mas ressalta: a unidade desses países poderia ser comprometida por "rivalidades históricas" e por disputas fronteiriças, como de fato ocorreu.
Em 1978, um ano depois da elaboração do documento, a Argentina e o Chile quase entraram em guerra, motivados por uma disputa em torno do canal de Beagle, na Patagônia. (LF)


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