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Ofensiva de Israel mata mais 7 palestinos
Novos confrontos em Gaza elevam número de palestinos mortos para 32; europeus condenam "uso desproporcional da força"
Ministro israelense cogita
a possibilidade de troca de prisioneiros por soldado seqüestrado, mas colega de
gabinete nega um acordo
DA REDAÇÃO
Em mais um dia de confrontos entre o Exército de Israel e
milícias no norte da faixa de
Gaza, ao menos sete pessoas foram mortas, entre elas um garoto de 11 anos, elevando para
32 o número de palestinos
mortos desde o início da ofensiva. A União Européia acusou o
governo israelense de "uso desproporcional da força".
Avi Dichter, ministro da Segurança Pública, cogitou a possibilidade de Israel soltar prisioneiros palestinos como "gesto de boa vontade" em troca da
libertação do soldado Gilad
Shalit, 19, seqüestrado no dia
25 de julho. A ação foi reivindicada por três grupos, que exigiram a soltura de cerca de mil
detidos em prisões israelenses,
incluindo todas as mulheres e
os menores de idade.
"Israel precisará, após algum
tempo, libertar prisioneiros como um gesto recíproco", Dichter declarou. "Israel sabe como
fazer isso. Israel já fez isso mais
de uma vez no passado."
Mas o ministro do Interior,
Roni Bar-On, deu uma entrevista à TV israelense em que rejeitou qualquer tipo de negociação. Bar-On acrescentou
que havia acabado de conversar
com o premiê de Israel, Ehud
Olmert. Internamente, militares israelenses consideram a
troca de prisioneiros por Shalit.
O Hamas também disse que
não existem negociações. "Não
há conversas sobre o soldado
desaparecido e sim sobre 30
mártires palestinos", disse
Mushir al Masri, parlamentar
palestino do braço político do
grupo terrorista Hamas.
Ontem, a organização, que
reivindicou o seqüestro, afirmou que o soldado está em
boas condições: "Ele está sendo
bem tratado, humanitariamente, de acordo com as ordens de
nossa religião. [...] Enfatizamos
que as negociações são o único
jeito de resolver esse caso".
A violência prosseguia na cidade de Beit Lahiya, norte da
faixa de Gaza, onde Anwar Attallah, 11, morreu com um tiro
após uma incursão israelense.
Médicos disseram haver civis
entre os sete mortos nos confrontos de ontem. Também foi
morto um membro das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa,
grupo terrorista ligado ao Fatah, partido do presidente palestino, Mahmoud Abbas.
Três pessoas ficaram feridas
em Sderot após lançamentos
de foguetes Qassam. Israel alega que retomou o controle de
parte do norte de Gaza para deter os lançamentos.
No início da manhã de hoje
(noite de ontem no Brasil), tropas israelenses apoiadas por
blindados e helicópteros entraram em confronto com palestinos armados na região do terminal de Karni, a principal passagem de carga entre Gaza e Israel, ao sul da Cidade de Gaza.
Pelo menos dois palestinos ficaram feridos na operação.
Acordo
Mediadores egípcios propuseram acordo em duas etapas
no qual o Hamas libertaria Shalit e interromperia os disparos.
Em troca, terminaria a ofensiva
israelense e, no futuro, presos
palestinos seriam soltos.
Um membro do governo palestino disse à agência Associated Press que Israel concordou
com a proposta, mas deseja que
o acordo seja fechado confidencialmente. Mas a organização
terrorista, segundo o mesmo
funcionário, quer que os termos sejam anunciados publicamente.
Condenação
O secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, exortou o Conselho de Segurança a tomar uma
posição sobre a ação israelense.
Em nota, a União Européia
condenou Israel pela primeira
vez desde o início da ofensiva.
"A UE condena a perda de vidas
causada pelo uso desproporcional da força do Exército de Israel e pela crise humanitária
agravada", dizia o texto.
O presidente do Irã, o extremista Mahmoud Ahmadinejad,
advertiu que a ofensiva israelense poderá causar uma "explosão" no mundo muçulmano.
Ahmadinejad, que já questionou o Holocausto e defendeu o
fim de Israel, fez o alerta em
uma manifestação em apoio
aos palestinos em Teerã.
Com agências internacionais
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