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John McCain promete zerar déficit em quatro anos
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
O candidato republicano à
Presidência dos EUA, John
McCain, apresentou ontem seu
plano de governo para a economia do país, tema apontado como de maior preocupação pelos eleitores.
O ponto mais debatido do
projeto foi a promessa de zerar
o déficit orçamentário anual do
governo em quatro anos -e
não em oito, como disse anteriormente- , o que gerou polêmica ao longo do dia. McCain
foi pouco específico na estratégia de cumprir essa meta e, ao
mesmo tempo, reduzir impostos, como já havia prometido.
Entre as medidas listadas para conter gastos, está a revisão
de programas de Seguridade
Social e de planos de saúde pública para idosos, sem especificar limitação de benefícios.
Para Michael McDonald,
analista político do Instituto
Brookings, de Washington, o
projeto de McCain não é realista. "Acabar com o déficit do Orçamento é certamente algo
mais fácil de falar do que de fazer. McCain tem contra ele a
estratégia de manter as tropas
americanas no Iraque, que são
responsáveis em grande parte
pelo estouro do déficit orçamentário no governo Bush",
disse ele à Folha.
"A revisão de Seguridade Social é fundamental, mas
McCain não disse onde vai cortar. E nem vai dizer até que seja
eleito, já que o assunto é extremamente impopular", afirma.
Os EUA deverão fechar 2008
com déficit de US$ 410 bilhões,
em um total acumulado de
mais de US$ 9,5 trilhões. Para
cobrir a diferença entre arrecadação e gastos, o governo tem
de vender títulos de dívida, o
que enfraquece o dólar, gerando problemas como a alta da
gasolina, vendida atualmente a
cerca de US$ 4,10 o galão (3,8
litros), e contaminando os outros setores da economia.
A campanha do democrata
Barack Obama criticou o programa do republicano. "Você
gosta da economia do Bush?
Contrate McCain", diz um vídeo divulgado pelo rival.
Álcool de cana
McCain também ataca políticas protecionistas, dizendo
que, se presidente, vai derrubar
subsídios e estimular o livre comércio. "Noventa e cinco por
cento dos consumidores do
mundo estão fora de nossas
fronteiras (...). Os Estados Unidos devem se engajar em esforços multilaterais, regionais e
bilaterais para reduzir barreiras comerciais", diz o projeto.
O candidato confirma no texto a intenção de estimular a importação de álcool de cana-de-açúcar, produto do qual o Brasil
é o grande produtor mundial.
Ele não detalha, contudo, como
isso seria feito. Em outras ocasiões, disse que baixaria as tarifas para o produto brasileiro.
O Brasil é citado como exemplo na produção de carros bicombustíveis. "Em apenas três
anos o Brasil foi de 5% das vendas de carros novos flex para
70%. Os produtores de carro
americanos se comprometeram a fazer 50% dos carros novos flex em 2012. John McCain
os convoca a fazer uma transição mais rápida e completa."
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