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Rádio cita elo nuclear entre EUA e Israel
Suposto documento secreto diz que Washington aceita colaborar com programa atômico e vender tecnologia
Colaboração ocorreria apesar de israelenses não serem signatários
do Tratado de Não
Proliferação Nuclear
DE SÃO PAULO
Os EUA enviaram a Israel
um documento secreto no
qual se comprometem com
uma colaboração nuclear bilateral, segundo os jornais israelenses "Haaretz" e "Jerusalem Post". Ambos citaram
a rádio do Exército israelense
como fonte.
Segundo a rádio, Washington prometeu vender a
Israel materiais usados para
produzir eletricidade, além
de tecnologia nuclear, apesar de Israel não ser signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
A rádio também afirma
que os Estados Unidos concordaram em retratar publicamente Israel como "um Estado responsável, que se
comporta com moderação relativa a suas capacidades".
Fora isso, não há mais detalhes sobre o suposto documento secreto. Nenhum dos
países comentou o caso.
Israel não confirma nem
nega a posse de um arsenal
nuclear, estimado em 200
ogivas, e sofre crescente
pressão internacional para
ser mais transparente quanto
ao tema. Por não ser signatário do TNP, o país tem mais
dificuldade em obter apoio
externo para a produção de
energia nuclear.
De seu lado, o presidente
dos EUA, Barack Obama, é
pressionado por aliados árabes a exigir de Israel a adesão
ao tratado, já que o Irã é sancionado por seu programa
nuclear antes mesmo de obter a bomba e negando intenção de produzi-la.
Em maio, um acordo de revisão do Tratado de Não Proliferação, apoiado por Washington, convocou para 2012
uma cúpula sobre a implementação de uma zona livre
da bomba e de armas químicas e biológicas no Oriente
Médio e exortou Israel a aderir ao pacto.
O episódio foi visto com
preocupação pelo governo
israelense, que até o momento se nega a participar da cúpula de 2012.
ENCONTRO
A questão nuclear esteve
presente no encontro entre
Obama e o premiê israelense,
Binyamin Netanyahu, anteontem em Washington.
No entanto, na ocasião,
Obama apenas negou que tenha mudado sua posição em
relação a maio e disse que,
"devido a seu tamanho e às
ameaças contra ele, Israel
tem requerimentos de segurança únicos".
O encontro foi uma tentativa de amenizar a percepção
de racha entre os dois países.
Em março, o anúncio de
novas construções judaicas
em Jerusalém Oriental -território reivindicado pelos palestinos-, durante a visita a
Israel do vice-presidente
americano, Joe Biden, estremeceu as relações bilaterais.
A cúpula terminou sem
anúncios concretos, mas
houve promessas de pressão
ao Irã e de retomada do diálogo direto com os palestinos.
No encontro, Obama destacou o "elo inquebrável" entre
EUA e Israel.
Também segundo o correspondente da rádio do
Exército israelense, o documento de cooperação nuclear com Washington poderia colocar Israel no mesmo
patamar que a Índia, outra
não signatária do TNP e que
testou sua bomba atômica no
início dos anos 1990.
Apesar disso, os EUA suspenderam em 2008 o embargo global à venda de material
nuclear aos indianos. Pelo
acordo, a Índia abriria suas
instalações civis à inspeção
internacional, mas não as
usinas de fins militares.
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