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ORIENTE MÉDIO
6 palestinos são mortos
Palestinos aceitam proposta de retirada
DA REDAÇÃO
Os palestinos aceitaram ontem
uma proposta israelense para a
retirada gradual de territórios
reocupados na faixa de Gaza e na
Cisjordânia.
Autoridades dos serviços de segurança das duas partes se reuniram para discutir a oferta de Israel. O país está disposto a sair inicialmente da faixa de Gaza -o
plano foi apelidado de "Gaza Primeiro". Em troca, exige que a Autoridade Nacional Palestina
(ANP) impeça a atividade dos
grupos extremistas na região.
"Há uma aprovação preliminar", disse o ministro palestino
Nabil Shaath, após o presidente
da ANP, Iasser Arafat, ter convocado uma reunião de emergência
de seu gabinete. Os detalhes finais
do acordo ainda seriam definidos
em novo encontro bilateral na
madrugada de hoje.
A saída israelense de outras
áreas sob ocupação militar -Belém e Hebron seriam as primeiras
cidades da Cisjordânia a serem
desocupadas- ocorreria de
acordo com o resultado obtido
em Gaza.
Se a ANP mantiver o controle,
Israel deve retirar progressivamente suas tropas. "O teste será
ver se os palestinos cumprirão sua
parte e tomarão medidas sérias
para combater o terrorismo", disse Raanan Gissin, porta-voz do
premiê israelense, Ariel Sharon.
Por causa dos ataques terroristas da Intifada (levante palestino
contra a ocupação, iniciado em
setembro de 2000), tropas israelenses vêm reocupando partes
dos territórios palestinos. O Exército invadiu sete das oito grandes
cidades da Cisjordânia em junho,
afirmando estar combatendo a
infra-estrutura dos terroristas.
A presença militar israelense
tem tornado críticas as já precárias condições de vida da população. Cerca de 700 mil palestinos
estão sob toque de recolher na
Cisjordânia, com o desemprego
atingindo níveis recordes.
"Queremos fazer gestos humanitários e econômicos e avançar
rumo a um cessar-fogo", declarou
ontem o chanceler Shimon Peres.
Seis mortos
Apesar das negociações, Israel
prosseguiu ontem com sua ofensiva em busca de terroristas. Matou ao menos seis palestinos em
ações separadas na faixa de Gaza e
na Cisjordânia.
Em Tulkarem (Cisjordânia),
soldados mataram quatro integrantes do Tanzim, grupo paramilitar ligado ao Fatah, partido de
Arafat. Outros 15 suspeitos foram
presos. Uma das vítimas foi identificada como Ziad Daas, comandante regional das Brigadas dos
Mártires de Al Aqsa, ligadas ao
Fatah.
No campo de refugiados de
Khan Yunis (Gaza), atiradores de
elite israelenses mataram Hussan
Hamdan, membro da ala militar
do grupo extremista islâmico Hamas. Abdel Aziz Rantissi, um dos
líderes do movimento islâmico,
defendeu o assassinato do premiê
israelense como vingança pela
morte de Hamdan. "Peço ao aparato militar do Hamas que haja
pessoalmente contra Sharon e
ataque a sua casa e o seu filho."
Dezenas de tanques entraram
ontem em Beit Lahia, no norte da
faixa de Gaza. Um policial palestino morreu na troca de tiros. Pelo
menos 1.489 palestinos e 585 israelenses já morreram na Intifada, iniciada após o colapso das negociações de paz.
Washington
O secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, recebe hoje numa
reunião em Washington uma delegação de ministros palestinos.
Entre eles estarão os responsáveis
pelas pastas do Interior, Abdel
Razzak al-Yahya, e da Economia,
Maher al-Masri. É o primeiro encontro de alto escalão entre autoridades americanas e da ANP desde que o presidente George W.
Bush defendeu, em junho, o isolamento político de Arafat.
Com agências internacionais
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