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CUBA
Segundo escritor, Fidel volta ao poder "em alguns meses"
Javier Galeano/Associated Press
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Homem descansa, em Havana, sob imagem de Che Guevara |
DA REDAÇÃO
Membro do Conselho de
Estado cubano, o escritor
Roberto Fernandez Retamar
disse ontem, em Havana, que
os cubanos estão convencidos de que a transferência de
poder de Fidel a seu irmão
mais novo é apenas temporária. "Em alguns meses, vamos tê-lo de volta conosco",
declarou o escritor, ao divulgar uma carta aberta -assinada por mais de 400 pessoas- que rechaça uma intervenção americana na ilha,
"ameaça crescente contra a
integridade de uma nação".
Também ontem, o secretário do Comitê Executivo do
Conselho de Ministros, Carlos Lage, disse que Fidel Castro poderia reassumir o poder "em algumas semanas,
como ele [Fidel] mesmo disse". Lage esteve em Bogotá,
onde acompanhou a posse
do presidente reeleito Álvaro
Uribe, e insistiu ainda que
Fidel está "consciente o tempo todo" e "bem atendido em
um hospital" -ainda sem dizer que hospital seria esse.
O líder cubano delegou o
poder temporariamente a
seu irmão Raúl para se recuperar de uma cirurgia intestinal anunciada no último
dia 31.
Na carta aberta divulgada
por Retamar, cujo título é "A
soberania de Cuba deve ser
respeitada", intelectuais de
esquerda e ativistas dos direitos humanos pediram que
os Estados Unidos não interfiram em Cuba enquanto Fidel convalesce.
O documento, disponibilizado na página do "Granma",
órgão de imprensa oficial de
Cuba, aparece subscrito por
uma maioria de latino-americanos e muitos tradicionais
signatários das demandas
cubanas. Dentre eles estão
laureados do Nobel como José Saramago, Dario Fo e Nadine Gordimer, além do lingüista americano Noam
Chomsky, dos atores americanos Harry Bellafonte e
Danny Glover, do cineasta
argentino Fernando Solanas
e dos brasileiros Oscar Niemeyer, Walter Salles, Emir
Sader, Leonardo Boff, Thiago de Mello, Egberto Gismonti e Chico de Oliveira.
Em outro texto, o "Granma" comparou Fidel ao "caguairán", árvore comum no
leste de Cuba, famosa pela
resistência. Também divulgou uma carta que Elián
González, o menino náufrago que virou o centro de uma
disputa internacional, em
1999, assina, com outras
crianças, desejando a Fidel
"sua pronta recuperação".
Com agências internacionais
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