São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2006

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CUBA

Segundo escritor, Fidel volta ao poder "em alguns meses"

Javier Galeano/Associated Press
Homem descansa, em Havana, sob imagem de Che Guevara


DA REDAÇÃO

Membro do Conselho de Estado cubano, o escritor Roberto Fernandez Retamar disse ontem, em Havana, que os cubanos estão convencidos de que a transferência de poder de Fidel a seu irmão mais novo é apenas temporária. "Em alguns meses, vamos tê-lo de volta conosco", declarou o escritor, ao divulgar uma carta aberta -assinada por mais de 400 pessoas- que rechaça uma intervenção americana na ilha, "ameaça crescente contra a integridade de uma nação".
Também ontem, o secretário do Comitê Executivo do Conselho de Ministros, Carlos Lage, disse que Fidel Castro poderia reassumir o poder "em algumas semanas, como ele [Fidel] mesmo disse". Lage esteve em Bogotá, onde acompanhou a posse do presidente reeleito Álvaro Uribe, e insistiu ainda que Fidel está "consciente o tempo todo" e "bem atendido em um hospital" -ainda sem dizer que hospital seria esse.
O líder cubano delegou o poder temporariamente a seu irmão Raúl para se recuperar de uma cirurgia intestinal anunciada no último dia 31.
Na carta aberta divulgada por Retamar, cujo título é "A soberania de Cuba deve ser respeitada", intelectuais de esquerda e ativistas dos direitos humanos pediram que os Estados Unidos não interfiram em Cuba enquanto Fidel convalesce.
O documento, disponibilizado na página do "Granma", órgão de imprensa oficial de Cuba, aparece subscrito por uma maioria de latino-americanos e muitos tradicionais signatários das demandas cubanas. Dentre eles estão laureados do Nobel como José Saramago, Dario Fo e Nadine Gordimer, além do lingüista americano Noam Chomsky, dos atores americanos Harry Bellafonte e Danny Glover, do cineasta argentino Fernando Solanas e dos brasileiros Oscar Niemeyer, Walter Salles, Emir Sader, Leonardo Boff, Thiago de Mello, Egberto Gismonti e Chico de Oliveira.
Em outro texto, o "Granma" comparou Fidel ao "caguairán", árvore comum no leste de Cuba, famosa pela resistência. Também divulgou uma carta que Elián González, o menino náufrago que virou o centro de uma disputa internacional, em 1999, assina, com outras crianças, desejando a Fidel "sua pronta recuperação".


Com agências internacionais

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