São Paulo, Domingo, 08 de Agosto de 1999
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AS EXCEÇÕES
Guerrilhas impedem avanço de esquerdistas na Colômbia

da Redação

Na contramão da maior parte da América Latina, a crise econômica não parece ter fortalecido a esquerda na Colômbia.
O país registrou taxa de desemprego recorde de 19,8% em junho, teve sua moeda desvalorizada em mais de 25% em relação ao dólar e sua economia encolheu 5,8%.
O presidente Andrés Pastrana (Partido Conservador) sofreu o impacto da recessão e dos sucessivos adiamentos nas negociações de paz com a guerrilha.
A rejeição a seu governo, que completou um ano na sexta, chegou a 65%, segundo pesquisa publicada pela revista "Semana".
Mesmo assim, a esquerda institucionalizada em partidos mantém a histórica falta de expressão.
Segundo analistas políticos, a explicação para essa inexpressividade é a forte presença da esquerda armada no país.
As guerrilhas de orientação marxista Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Libertação Nacional) as maiores do país, dominam 40% do território e lutam contra o governo há mais de 30 anos.
Recentemente, segundo o cientista político Alejo Vargas, vice-reitor da Universidade Nacional da Colômbia, começa a se desenhar uma frente social e política, proposta pela Central Unitária dos Trabalhadores.
O movimento de crítica ao modelo político e econômico em vigor une sindicatos, agricultores, pequenos partidos e setores acadêmicos, mas, segundo Vargas, ainda está em construção. (LP)

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