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Fundação Clinton quer vetar série do 11/9 que o critica
DA REDAÇÃO
A fundação do ex-presidente
Bill Clinton (1993-2001) e
membros de seu gabinete pediram à rede de TV ABC que deixe de exibir uma série de ficção
sobre os atentados de 11 de setembro de 2001 porque a produção insinua que seu governo
estivesse excessivamente preocupado com o escândalo Mônica Lewinsky para lidar com a
rede terrorista Al Qaeda.
O pedido foi feito em uma
carta dirigida à direção da TV
ABC assinada pelo executivo
responsável pela Fundação
Clinton, Bruce Lindsey. Também enviaram reclamações a
ex-secretária de Estado Madeleine Albright e o ex-conselheiro de segurança Sandy Berger.
"Ainda que a ABC esteja promovendo "The Path to 9/11" (O
caminho até o 11 de Setembro)
como uma dramatização do
ocorrido, trata-se de uma interpretação ficcionalizada de fatos
históricos que serão mal interpretados por milhões de americanos", afirma a Fundação.
Dividida em duas partes, a
minissérie está prevista para
ser exibida neste domingo e na
segunda-feira e se baseia em
entrevistas e documentos, incluindo o relatório da Comissão do 11 de Setembro. A rede
ABC a define como "dramatização", e não documentário.
"Para efeito dramático e narrativo, o filme contém cenas
ficcionalizadas, personagens
que representam mais de uma
pessoa, diálogos resumidos e
tempo de ação reduzido", disse
a emissora, em nota. "Esperamos que o público assista a todo o filme antes de formar uma
opinião sobre ele."
Os membros do gabinete de
Clinton citaram cenas envolvendo seus nomes que, segundo eles, nunca ocorreram. Albright, pro exemplo, reclamou
de um diálogo sobre o qual lhe
contaram em que ela aparece
insistindo em avisar o governo
do Paquistão antes de um ataque americano ao Afeganistão.
"A cena, como me contaram,
é falsa e difamatória", escreveu.
Berger, por sua vez, criticou
uma cena em que ele se recusa a
autorizar um ataque contra
Osama bin Laden, apesar do
pedido da CIA: "A invenção
dessa cena não pode ser justificada por nenhuma definição
razoável de licença poética".
Já Lindsey classifica de "absurdas" as insinuações de que
Clinton estivesse preocupado
demais com o escândalo provocado por sua relação com a estagiária da Casa Branca. Para
ele, as imprecisões refletem a
suposta inclinação política
conservadora do diretor e produtor, Cyrus Nowrasteh.
A controvérsia ocorre no momento em que democratas e republicanos tentam se projetar
como os mais bem preparados
para lidar com a segurança interna, às vésperas das eleições
legislativas de 7 de novembro.
Os democratas criticam os
republicanos por não implantarem as recomendações da
Comissão do 11 de Setembro,
enquanto os republicanos acusam os democratas de serem
pouco duros contra o terror.
Com agências internacionais
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