São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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Polícia recomenda processo contra Olmert

Parecer à Procuradoria Geral diz que premiê recebeu dinheiro e participou de fraude entre 1993 e 2006

DA REDAÇÃO

A polícia israelense recomendou ontem à Procuradoria Geral que processe o premiê Ehud Olmert por duas das seis acusações de que é alvo. Olmert, embora negue todas as acusações, já havia anunciado que renunciará assim que o seu partido, o Kadima, eleger um novo líder. Ele tenta concluir negociações de paz com os palestinos até o final do ano.
Segundo a polícia, há provas suficientes de que o premiê recebeu ilegalmente somas de dinheiro que chegaram a US$ 150 mil do empresário americano Morris Talansky, na época em que era prefeito de Jerusalém, entre 1993 e 2003, e depois ministro da Indústria e do Comércio, até 2006. Em maio, o próprio Talansky admitiu, em interrogatório, os pagamentos.
Olmert também é acusado pela polícia de ter participado de um esquema de fraude em solicitações de financiamento público pelo qual recebia dinheiro para custear férias com vários membros de sua família. A polícia ainda pretende interrogar o premiê mais uma -a oitava- vez para decidir se o acusa de um terceiro crime, este envolvendo abuso de poder.
A recomendação da polícia, porém, não tem conseqüências práticas, uma vez que, conforme a legislação israelense, depende ainda do parecer do procurador-geral, Menahem Mazuz, o que deve deve demorar algumas semanas. Até ontem, Olmert não havia se pronunciado, mas sua defesa tentava desqualificar as acusações.
"A única pessoa autorizada por lei a decidir sobre processar o premiê é o procurador-geral", disseram em comunicado os três defensores do premiê. "Teria sido preferível que a polícia se abstivesse de expressar opinião em um assunto que não compete à sua jurisdição nem à sua autoridade", completaram.
Olmert anunciou, em 31 de julho, que não concorrerá nas eleições internas do Kadima, de centro-direita, em 17 de setembro, e renunciará ao cargo assim que o novo líder for escolhido e formar um novo governo. A favorita para a sucessão de Olmert é a chanceler Tzipi Livni, seguida pelo ministro dos Transportes, Shaul Mofaz.


Com agências internacionais

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