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ANÁLISE
A situação do governo francês não é tranquila, decididamente
FRANK NOUCHI
DO "LE MONDE"
A precisão dos serviços de
estatísticas governamentais
não recebeu os elogios merecidos nos últimos dias.
Em 4 de setembro, o Ministério do Interior contou 77,3
mil manifestantes contra a
política de segurança do governo (a organização fala em
100 mil). No dia 6, o Ministério da Educação estimou que
a greve nas escolas havia
atraído 5,62% dos professores (30%, diz o sindicato).
Agora, a "guerra dos números" deve atingir o apogeu. E devemos antecipar
disparidade considerável entre estimativas sindicais e governamentais sobre o número de manifestantes ontem.
Outra causa de discordância quase diária: as pesquisas de opinião. Os franceses
se sentem como cataventos.
No sábado, o "Figaro" publicou pesquisa segundo a
qual a popularidade do chefe
de Estado havia subido quatro pontos percentuais. "E se
Sarkozy tinha razão ao fazer
da questão da segurança o
cerne das ações?", indagava.
Um dia depois, o "Le Parisien" publicou a pesquisa
mensal de opinião pública
do instituto CSA, segundo a
qual o presidente sofreu queda de popularidade de 2%. O
comentário: "Parte do eleitorado não aprova a política de
segurança". Vá entender.
Enquanto esperamos que
os matemáticos recuperem a
serenidade, eis uma conta
que não deve ser contestada:
vocês sabem quantos ministros e secretários se afastaram, nos últimos dias, da política do chefe de Estado?
Há não menos de uma
quinzena de insurretos que,
cada qual a seu modo, estão
se afastando da vertente
mais dura do programa de
Sarkozy. A situação não é
boa, decididamente.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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