São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ANÁLISE
A situação do governo francês não é tranquila, decididamente

FRANK NOUCHI
DO "LE MONDE"

A precisão dos serviços de estatísticas governamentais não recebeu os elogios merecidos nos últimos dias. Em 4 de setembro, o Ministério do Interior contou 77,3 mil manifestantes contra a política de segurança do governo (a organização fala em 100 mil). No dia 6, o Ministério da Educação estimou que a greve nas escolas havia atraído 5,62% dos professores (30%, diz o sindicato).
Agora, a "guerra dos números" deve atingir o apogeu. E devemos antecipar disparidade considerável entre estimativas sindicais e governamentais sobre o número de manifestantes ontem. Outra causa de discordância quase diária: as pesquisas de opinião. Os franceses se sentem como cataventos. No sábado, o "Figaro" publicou pesquisa segundo a qual a popularidade do chefe de Estado havia subido quatro pontos percentuais. "E se Sarkozy tinha razão ao fazer da questão da segurança o cerne das ações?", indagava.
Um dia depois, o "Le Parisien" publicou a pesquisa mensal de opinião pública do instituto CSA, segundo a qual o presidente sofreu queda de popularidade de 2%. O comentário: "Parte do eleitorado não aprova a política de segurança". Vá entender.
Enquanto esperamos que os matemáticos recuperem a serenidade, eis uma conta que não deve ser contestada: vocês sabem quantos ministros e secretários se afastaram, nos últimos dias, da política do chefe de Estado? Há não menos de uma quinzena de insurretos que, cada qual a seu modo, estão se afastando da vertente mais dura do programa de Sarkozy. A situação não é boa, decididamente.

Tradução de PAULO MIGLIACCI



Texto Anterior: Sarkozy vira alvo em greve antirreforma
Próximo Texto: E eu com isso?
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.