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Em Londres, metrô para contra demissões
Cortes fazem parte de pacote do governo para reduzir custos do transporte público
VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES
Londres amanheceu ontem sem metrô, o que afetou
a vida das cerca de 3 milhões
de pessoas que utilizam esse
tipo de transporte por dia e
muitos outros que ficaram
presos no trânsito, que estava pior do que o normal.
Uma viagem de ônibus da
zona sudoeste para o centro
da cidade, que demora em
média 25 minutos, levava
mais de uma hora.
Foi apenas a primeira de
três paralisações programadas pelo sindicato para protestar contra a anúncio de
800 demissões. Novas greves
devem ocorrer no mês que
vem e em novembro.
As demissões fazem parte
de um pacote de corte de custos no transporte público
londrino. O metrô tem hoje
cerca de 10 mil funcionários.
Apenas 3 das 13 linhas de
metrô funcionaram normalmente. Nas demais, poucos
trens ou nenhum.
Foram colocados mais ônibus nas ruas e mais barcos no
rio Tâmisa para transportar
as pessoas pela cidade.
Segundo a empresa que
administra o transporte em
Londres, 40% dos trens circularam ao longo do dia.
O prefeito londrino, Boris
Johnson, acusou o sindicato
de utilizar os trabalhadores
para uma ação política, com
vias a desestabilizar o governo de coalizão formado pelos
partidos Conservador e Liberal Democrata.
Os sindicatos ingleses são
historicamente ligados ao
Partido Trabalhista, que perdeu as eleições em maio e
deixou o poder após 13 anos.
NOVAS GREVES
Se as ameaças feitas por
vários sindicatos se concretizarem, de agora até o final do
ano o Reino Unido sofrerá
com uma onda de greves.
Todas contra os novos cortes de gastos e as demissões
que devem ser anunciados
pelo governo federal no dia
20 de outubro.
A intenção é cortar até 25%
dos gastos governamentais,
que ultrapassam R$ 1,7 trilhão por ano. Para isso, devem ser demitidos cerca de
600 mil dos atuais 6 milhões
de servidores públicos.
O problema não se restringe ao Reino Unido. Quase todos os países europeus estão
cortando gastos para reduzir
seus déficits, o que tem provocado greves.
Na Espanha, que já enfrentou neste ano paralisação de
metrô e de funcionários públicos, está programada uma
greve geral para o dia 29.
Portugal ficou sem transporte em abril.
Mas o país mais afetado foi
a Grécia. À beira da falência
após uma série de escândalos que elevaram o déficit, o
governo grego congelou salários dos servidores públicos, reduziu aposentadorias
e demitiu pessoal.
Desde abril, o país é atingido por greves gerais ou paralisações específicas, como as
realizadas por caminhoneiros, distribuidores de combustível e funcionários de
companhias aéreas.
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