São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2010

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Em Londres, metrô para contra demissões

Cortes fazem parte de pacote do governo para reduzir custos do transporte público

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Londres amanheceu ontem sem metrô, o que afetou a vida das cerca de 3 milhões de pessoas que utilizam esse tipo de transporte por dia e muitos outros que ficaram presos no trânsito, que estava pior do que o normal.
Uma viagem de ônibus da zona sudoeste para o centro da cidade, que demora em média 25 minutos, levava mais de uma hora.
Foi apenas a primeira de três paralisações programadas pelo sindicato para protestar contra a anúncio de 800 demissões. Novas greves devem ocorrer no mês que vem e em novembro.
As demissões fazem parte de um pacote de corte de custos no transporte público londrino. O metrô tem hoje cerca de 10 mil funcionários.
Apenas 3 das 13 linhas de metrô funcionaram normalmente. Nas demais, poucos trens ou nenhum.
Foram colocados mais ônibus nas ruas e mais barcos no rio Tâmisa para transportar as pessoas pela cidade.
Segundo a empresa que administra o transporte em Londres, 40% dos trens circularam ao longo do dia.
O prefeito londrino, Boris Johnson, acusou o sindicato de utilizar os trabalhadores para uma ação política, com vias a desestabilizar o governo de coalizão formado pelos partidos Conservador e Liberal Democrata.
Os sindicatos ingleses são historicamente ligados ao Partido Trabalhista, que perdeu as eleições em maio e deixou o poder após 13 anos.

NOVAS GREVES
Se as ameaças feitas por vários sindicatos se concretizarem, de agora até o final do ano o Reino Unido sofrerá com uma onda de greves.
Todas contra os novos cortes de gastos e as demissões que devem ser anunciados pelo governo federal no dia 20 de outubro.
A intenção é cortar até 25% dos gastos governamentais, que ultrapassam R$ 1,7 trilhão por ano. Para isso, devem ser demitidos cerca de 600 mil dos atuais 6 milhões de servidores públicos.
O problema não se restringe ao Reino Unido. Quase todos os países europeus estão cortando gastos para reduzir seus déficits, o que tem provocado greves.
Na Espanha, que já enfrentou neste ano paralisação de metrô e de funcionários públicos, está programada uma greve geral para o dia 29.
Portugal ficou sem transporte em abril.
Mas o país mais afetado foi a Grécia. À beira da falência após uma série de escândalos que elevaram o déficit, o governo grego congelou salários dos servidores públicos, reduziu aposentadorias e demitiu pessoal.
Desde abril, o país é atingido por greves gerais ou paralisações específicas, como as realizadas por caminhoneiros, distribuidores de combustível e funcionários de companhias aéreas.


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