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Por precaução, vice-presidente deixa Washington
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O passeio da família Foster pelo
centro de Washington acabou no
começo da tarde, quando seus integrantes, um pai e duas crianças,
souberam do ataque militar ao
Afeganistão e da decisão da Casa
Branca de levar o vice-presidente
dos EUA, Dick Cheney, para um
lugar secreto e seguro como medida de precaução.
"Se Cheney não se sente seguro
na Casa Branca, os Foster não ficarão por aqui esperando outro
atentado terrorista", disse à Folha
Paul, ao cancelar passeio que fariam a museus, à Casa Branca e ao
Congresso.
Mesmo os que não souberam
imediatamente do ataque perceberam, pela movimentação policial e de helicópteros, que alguma
coisa estava ocorrendo.
Pouco antes de forças norte-americanas e inglesas atacarem
alvos no Afeganistão, o governo
decidiu fechar algumas ruas em
frente ao Departamento de Estado e ao redor da Casa Branca.
A decisão de levar Cheney para
um lugar secreto, a terceira vez
desde 11 de setembro, teve como
objetivo evitar que uma eventual
retaliação terrorista eliminasse,
ao mesmo tempo, a vida dos dois
primeiros homens na linha do comando do país.
Bush permaneceu na Casa
Branca, de onde fez um pronunciamento à nação que havia ensaiado no sábado.
De seu escritório, não deve ter
visto um grupo de cinco pessoas
que, a dois quarteirões, protestava
em círculos e pedia, com cantos
pacifistas, que o governo "lance
comida e não bombas" sobre o
Afeganistão.
Mesmo antes do ataque, o movimento no centro da capital norte-americana foi menor que o de
outros domingos.
Quem ligou a TV pela manhã
ouviu senadores apelando à população que se preparassem para
"mais perigo" e para "prováveis
novos ataques terroristas" assim
que a ofensiva começasse.
Os senadores foram avisados do
ataque no sábado pela Casa Branca, que também os alertou da
"grande possibilidade" de novos
ataques terroristas.
Pouco antes dos ataques de ontem, o porta-voz da presidência,
Ari Fleischer, alertara a população
para a possibilidade de novos
atentados em território norte-americano.
"A população norte-americana
precisa estar em alerta. Ameaças
permanecem, e o governo está tomando as medidas de precaução.
É a guerra."
Uma passeata anual realizada
ontem de manhã em favor das vítimas da Aids, evento que já registrou 30 mil pessoas em anos anteriores, reuniu um público de somente 3.000 manifestantes.
Logo depois dos ataque, o FBI
colocou seus agentes em todo o
país em "alerta máximo". Em
Washington, membros da Guarda Nacional foram mobilizados
para patrulhar a cidade.
Nos últimos dias, policiais foram vistos revirando lixos dentro
de estações de metrô e fiscalizando carros estacionados em locais
suspeitos.
Os EUA não estão em pânico,
mas com muito medo de novos
ataques terroristas na cidade por
parte de grupos terroristas.
Várias capitais do país determinaram o encerramento de visitas
públicas a prédios oficiais.
No momento em que os ataques
ocorreram, vários jogos de beisebol e de futebol americano ocorriam no país. Em mais de um estádio, os torcedores gritaram
"USA, USA!" ao serem informados da operação militar por telões. Em Baltimore, a cerca de 100
quilômetros de Washington, dois
jatos sobrevoaram o estádio onde
os times de futebol Baltimore Ravens e Tennessee Titans realizavam uma partida.
"Determinei alerta máximo no
Estado e enviamos um número
recorde de policiais para esse
evento esportivo e para todos os
outros que ocorreram", disse o
governador do Estado, Parris
Glendenning.
Foi do aeroporto de Baltimore
que saiu um dos quatro aviões sequestrados no dia 11 de setembro.
"Apelamos à população que não
use seus carros para ir a estádios e
que esteja sempre alerta".
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