São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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Habitante 200 milhões era o "sujeito errado"

DE WASHINGTON

Cem milhões de norte-americanos atrás, ele foi capa da revista "Life", então uma das mais importantes do país. Era apontado como o "rosto das novas gerações". Pessoas paravam seus pais na rua para tirar fotos com ele. Hoje, quando se prepara para passar o cetro a outro, não só ninguém se lembra dele como tem gente que acha que foi a escolha "errada".
Robert Ken Woo Júnior nasceu às 11h03 do dia 20 de novembro de 1967, em Atlanta, Geórgia. Sua escolha foi justificada pela publicação, que mandou fotógrafos a maternidades do país todo para registrar partos no dia e hora previstos pelo Escritório do Censo, entre 10h58 e 11h02: "Se a "Life" pudesse achar um bebê nascendo no momento em que o número mágico virasse no relógio, ele simbolizaria esse momento -e teria algo a contar a seus netos".
Bobby Woo não tem netos. Hoje com 38 anos, casado, três filhos, morando na mesma cidade em que nasceu, ele não foi o símbolo do que viria a seguir. Previa-se um boom de imigração asiática, que não veio. "Era o sujeito errado", disse William Frey.
Para o demógrafo e seus colegas, o bebê-símbolo de 1967 não deveria ser filho de imigrantes (a década teve baixa imigração). Teria de ser filho de um casal norte-americano branco em um subúrbio de uma grande cidade costeira.
Errado ou não, Bobby Woo deu certo. Teve a maior nota nos exames qualitativos da Geórgia, formou-se na Escola de Direito de Harvard, foi o primeiro descendente de chineses a se tornar sócio do escritório de advocacia King & Spalding. Só se lembrou do assunto neste ano, quando repórteres voltaram a telefonar. "Já chegamos a 300 milhões? Passou muito rápido." (SD)


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