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Habitante 200 milhões era o "sujeito errado"
DE WASHINGTON
Cem milhões de norte-americanos atrás, ele foi
capa da revista "Life", então uma das mais importantes do país. Era apontado como o "rosto das novas gerações". Pessoas paravam seus pais na rua para tirar fotos com ele. Hoje, quando se prepara para
passar o cetro a outro, não
só ninguém se lembra dele
como tem gente que acha
que foi a escolha "errada".
Robert Ken Woo Júnior
nasceu às 11h03 do dia 20
de novembro de 1967, em
Atlanta, Geórgia. Sua escolha foi justificada pela publicação, que mandou fotógrafos a maternidades
do país todo para registrar
partos no dia e hora previstos pelo Escritório do
Censo, entre 10h58 e
11h02: "Se a "Life" pudesse
achar um bebê nascendo
no momento em que o número mágico virasse no
relógio, ele simbolizaria
esse momento -e teria algo a contar a seus netos".
Bobby Woo não tem netos. Hoje com 38 anos, casado, três filhos, morando
na mesma cidade em que
nasceu, ele não foi o símbolo do que viria a seguir.
Previa-se um boom de
imigração asiática, que
não veio. "Era o sujeito errado", disse William Frey.
Para o demógrafo e seus
colegas, o bebê-símbolo de
1967 não deveria ser filho
de imigrantes (a década
teve baixa imigração). Teria de ser filho de um casal
norte-americano branco
em um subúrbio de uma
grande cidade costeira.
Errado ou não, Bobby
Woo deu certo. Teve a
maior nota nos exames
qualitativos da Geórgia,
formou-se na Escola de
Direito de Harvard, foi o
primeiro descendente de
chineses a se tornar sócio
do escritório de advocacia
King & Spalding. Só se
lembrou do assunto neste
ano, quando repórteres
voltaram a telefonar. "Já
chegamos a 300 milhões?
Passou muito rápido."
(SD)
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