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Assassinato em Gaza faz crescer medo de cristãos
Corpo de Rami Ayyad, dono de livraria, apareceu na rua com um tiro na cabeça
Desde que Hamas passou a controlar a região, em junho, cristãos se sentem ameaçados; eles são 3.400 entre 1,4 mi muçulmanos
DA REDAÇÃO
O assassinato de um palestino cristão ontem aumentou o
medo que a minúscula comunidade cristã sente na faixa de
Gaza. Há 3.200 cristãos -entre
1,4 milhão muçulmanos-, que
afirmam se sentir inseguros
desde que o grupo radical islâmico Hamas passou a controlar
a região. Nenhum grupo reivindicou a autoria do crime.
O corpo de Rami Khader Ayyad, 32, foi encontrado na rua.
Diretor da única livraria cristã
do território, ele estava desaparecido desde a tarde de sábado.
Tinha um tiro na cabeça e também foi esfaqueado. Sua loja, a
Livraria do Professor, é associada ao grupo cristão Sociedade Bíblica Palestina.
Pai de dois filhos, Ayyad já tinha recebido ameaças de morte. Em abril, uma bomba explodiu na livraria.
A maioria dos palestinos cristãos é ligada à Igreja Ortodoxa
Grega, mas Ayyad era protestante batista.
Ismail Haniyeh, líder do Hamas, disse que o movimento
"não permitirá que ninguém
sabote" a relação muçulmana-cristã em Gaza. Haniyeh era
premiê até junho, quando o
presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, o afastou do cargo
e nomeou um político ligado a
seu partido, o secular Fatah.
Na sexta-feira, Ayyad percebeu que estava sendo seguido
por um carro sem placas. No
dia seguinte, foi seqüestrado,
mas chegou a ligar para sua família. "Ele disse que ia ficar
com "eles" por mais duas horas e
que, se não voltasse [até lá], não
voltaria por um longo, longo
tempo", disse sua mãe, Anisa.
Quando o Hamas assumiu o
controle de Gaza, expulsando
do território os militantes do
Fatah, um convento católico foi
saqueado. Ayyad foi enterrado
num cemitério ortodoxo. Cerca
de mil pessoas compareceram
ao sepultamento, entre elas
muitos muçulmanos.
Com agências internacionais
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