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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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ALEMANHA

Comissão mediadora deverá estudar a questão

Oposição bloqueia na Câmara Alta projeto de reformas de Schröder

DA REDAÇÃO

A oposição conservadora alemã usou ontem sua maioria no Bundesrat (espécie de Senado) para bloquear temporariamente os planos de reforma do mercado de trabalho e de redução de impostos propostos pelo chanceler (premiê) social-democrata Gerhard Schröder, que, segundo o governo, deverão dar novo alento à morosa economia alemã.
A iniciativa, orquestrada pelos Estados governados pela CDU (União Democrata Cristã) -que controlam a Câmara Alta-, deverá provocar semanas de difíceis negociações sobre as reformas, que o Fundo Monetário Internacional disse que deveriam ser implementadas integralmente.
A economia alemã vem mostrando sinais de recuperação após três anos de estagnação. O FMI prevê um crescimento econômico de 1,5% em 2004, mas a tendência de melhora ainda é considerada frágil por analistas.
Surpreendentemente, em setembro, a produção industrial alemã teve uma leve queda, de acordo com estatísticas divulgadas ontem, e representantes dos setores empresariais afirmaram que a crescente confiança dos consumidores poderá ser duramente minada se não houver a redução de impostos.
O Bundesrat aprovou a convocação de uma comissão parlamentar mediadora -fato relativamente comum na política alemã- para estudar a redução de impostos, o corte do auxílio aos desempregados e a reforma das finanças dos governos locais.
Schröder atacou as ações dos conservadores, dizendo que eles querem condicionar a aprovação da redução de impostos a concessões relacionadas à reforma do mercado de trabalho. Porém ambas as partes afirmaram que pretendem chegar a um consenso.
A comissão mediadora deverá ter várias reuniões nas próximas semanas, mas, de acordo com a mídia alemã, nenhuma decisão deverá ser anunciada antes de 10 de dezembro.
"Não é possível combinar um corte de impostos necessário para o crescimento econômico e para a queda do desemprego com questões totalmente distintas", afirmou Schröder. Segundo ele, a iniciativa da CDU é "genuinamente partidária", não levando em conta as necessidades do país.


Com agências internacionais


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