São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÚNEL DO TEMPO

Bush compara 11 de setembro a Pearl Harbor

Declaração foi dada 60 anos após ataque japonês que matou 2.400 americanos em base militar

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, traçou paralelos entre o 11 de setembro de 2001 e o 7 de dezembro de 1941 em discurso em memória das vítimas do ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, no oceano Pacífico, que ontem completou 60 anos.
O bombardeio japonês, que destruiu a frota dos EUA no Pacífico, deixou 2.400 mortos, a maioria militares, e provocou a entrada dos EUA na Segunda Guerra (1939-45). O então presidente do país, Franklin D. Roosevelt, disse que a data seria eternamente lembrada como um dia de infâmia.
Até o 11 de setembro, Pearl Harbor era o episódio que havia deixado o mais alto número de vítimas em território americano nos últimos cem anos. Os ataques contra Nova York e o Pentágono, nos arredores de Washington, causaram a morte de pelo menos 3.600 pessoas, segundo as estimativas mais recentes de autoridades do país, e levou os EUA a declarar uma "guerra global" ao terror.
No discurso para relembrar os 60 anos de Pearl Harbor, realizado no porta-aviões USS Enterprise, na Virgínia (EUA), Bush afirmou que assim como 7 de dezembro, o 11 de setembro será lembrado como um dia de infâmia.
Nesses dias, "nosso povo e nossa forma de vida foram brutal e inesperadamente atacados. Desta vez [no 11 de setembro", não por uma ofensiva militar complexa, mas por terroristas perversos", afirmou Bush no discurso, que foi presenciado por 25 sobreviventes de Pearl Harbor, cem veteranos da Segunda Guerra e 10 mil militares da ativa.
Postados logo atrás do Bush, havia um militar negro e uma militar de origem asiática. "Os terroristas se aproveitaram cruelmente das liberdades garantidas pelo nosso país. Combatemos agora para defender a liberdade e assegurar a preservação do estilo de vida americano", disse Bush.
Segundo o presidente dos EUA, "os inimigos dos americanos acreditam que uma sociedade livre como a nossa é fraca. Mas eles estão enganados, assim como estavam enganados na Segunda Guerra Mundial".
"A tirania tentou acabar com a nossa liberdade há 60 anos, mas não conseguiu. E agora novamente irão fracassar", disse o presidente. Bush afirmou ainda que nem em 1941 tampouco no dia 11 de setembro foram os EUA que buscaram a guerra. O país é que foi atacado.
Para o presidente, "o terrorismo é herdeiro do nazismo" e será derrotado da mesma forma.

Afeganistão
"Já conseguimos libertar o Afeganistão, mas agora chegou a parte mais difícil. Precisamos pegar esses líderes terroristas da Al Qaeda [rede terrorista liderada pelo saudita Osama bin Laden" que estão escondidos", acrescentou o presidente americano.
Bush disse ainda que "esses líderes terroristas, com sua ideologia, convencem jovens a se suicidar e depois fogem para as suas cavernas no Afeganistão".
Diferentemente de 1941, quando os EUA foi atacado em uma base militar distante, no Havaí, a milhares de quilômetros da costa californiana, em 11 de setembro os americanos foram alvo de atentados no coração do país.


Com agências internacionais


Texto Anterior: "Osama foi visto ontem", alega comandante
Próximo Texto: Frases
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.