São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2004

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GUERRA SEM LIMITES

Entre os condenados ontem estaria o substituto do planejador do 11 de Setembro

Irã julga Al Qaeda apesar da oposição dos EUA

DA REUTERS

O Judiciário iraniano não anunciará as sentenças a que foram condenados "vários" integrantes da rede terrorista Al Qaeda até que sejam "cumpridos os procedimentos legais necessários", anunciou o ministro da Justiça, Abbasali Alizadeh.
A prisão e o julgamento do grupo, com um número desconhecido de terroristas, é objeto de um litígio suplementar entre o Irã e os Estados Unidos, que pressionaram para que os réus fossem extraditados e interrogados por seus serviços de inteligência.
Um porta-voz do Ministério da Justiça foi indagado pela Reuters sobre quais seriam os "procedimentos legais necessários" para que fossem tornadas públicas as condenações e os nomes dos réus. Mas o informante respondeu que não estava autorizado a dar esclarecimentos.
O ministro dos Serviços de Informação, Ali Yunesi, disse no ano passado que "alguns" militantes da Al Qaeda, cuja cidadania havia sido cassada por seus países de origem, seriam julgados no Irã.
Um outro integrante do primeiro escalão, Hossein Mousavian, secretário de Política Externa do Conselho Supremo Iraniano de Segurança Nacional, afirmou em junho que os réus integravam postos intermediários na hierarquia da rede terrorista.
Eles foram presos porque "conspiravam contra a segurança iraniana e haviam planejado cometer atos terroristas no país", disse Mousavian.
Serviços de inteligência ocidentais acreditam que o mais importante dos réus seja Said al Adel, egípcio que teria sido o substituto de Khalid Sheikh Mohammed, idealizador do 11 de Setembro, capturado no Paquistão.
O Irã se recusou a extraditar os terroristas para os EUA, mas disse que havia entregue no passado cerca de 500 suspeitos de integrarem a Al Qaeda a "países amigos", sem dizer quais haviam sido.
O governo americano deverá reagir mal à condenação dos terroristas, possivelmente a longas sentenças de prisão. Isso dificultaria a possibilidade de interrogá-los num futuro próximo.
O regime iraniano sempre negou de forma categórica que estivesse abrigando terroristas da Al Qaeda, conforme alegação dos Estados Unidos.


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