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IRAQUE SOB TUTELA
Relatório pede governo com mais autoridade e economia forte
CIA prevê piora do cenário no Iraque
DA REDAÇÃO
O chefe da CIA no Iraque escreveu um relatório secreto afirmando que é necessário um governo
com mais autoridade e uma economia mais forte para evitar uma
deterioração na situação do país,
com um aumento na violência.
A situação no Iraque piorou e,
segundo o relatório, não deve haver melhora em breve.
O relatório foi obtido pelo "New
York Times". Sua distribuição para autoridades americanas ocorreu no fim de novembro, disse
uma autoridade ao jornal -o nome do chefe da CIA não foi divulgado por questões de segurança.
O relatório também traz uma
boa notícia: o governo interino
iraquiano está se organizando e
goza de mais legitimidade aos
olhos do público do que o Conselho de Governo Iraquiano, que foi
apontado pelos EUA.
Já a notícia ruim é que as forças
de segurança do Iraque, que foram compostas para assumir o
controle da segurança -que ainda está a cargo dos americanos-,
estão melhorando, mas não rápido o suficiente para evitar um
crescimento da insurgência.
De acordo com o relatório, será
crítica a participação da população sunita nas eleições gerais de
30 de janeiro.
Os sunitas são minoritários no
país, mas controlavam o governo
durante o regime do ex-ditador
Saddam Hussein. A maioria da
população iraquiana é xiita -que
deve assumir o controle do poder
após a votação.
Caso os sunitas não participem
do pleito, a violência tende a aumentar, com choques sectários.
Autoridades americanas e iraquianas temem que um boicote
dos sunitas, defendido por vários
grupos que representam essa corrente do islamismo, minará a legitimidade do futuro governo.
John Negroponte, embaixador
dos EUA e principal autoridade
civil americana em Bagdá, discorda de alguns pontos do relatório e
afirma ter uma visão mais positiva das forças iraquianas.
Violência
Homens armados atacaram
duas igrejas em Mossul (norte do
Iraque), elevando os temores de
choques étnicos e sectários no Iraque conforme se aproximar a eleição do próximo mês.
Pelo menos quatro membros da
Guarda Nacional do Iraque foram
mortos ontem em dois incidentes
separados. Os ataques contra forças iraquianas que colaboram
com a coalizão militar liderada
pelos EUA aumentaram nos últimos dias.
Bush e Putin
Nos EUA, o presidente George
W. Bush, em discurso para levantar o moral das tropas, fez um discurso cauteloso em relação às
ações das tropas iraquianas que
trabalham ao lado dos americanos. "Algumas unidades iraquianas estão tendo uma performance
melhor do que outras. Alguns iraquianos foram intimidados pelos
insurgentes e deixaram o serviço
[militar] que ajuda o país", disse.
Em Moscou, o premiê iraquiano, Iyad Allawi, se encontrou com
o presidente russo, Vladimir Putin. O líder da Rússia, oponente da
ocupação americana, disse: "Não
posso imaginar como eleições podem ser organizadas em um país
ocupado por tropas estrangeiras".
Com agências internacionais
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