São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2010

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Cresce medo de guerra na Costa do Marfim

EUA pressionam presidente Laurent Gbagbo a aceitar derrota em eleição; oposicionista se declara presidente

Tensão se acumula nas ruas; receio é que seja retomado o conflito que durou de 2002-07 no país do oeste africano

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente americano, Barack Obama, convocou a ONU e organismos africanos a pressionar o atual presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, a admitir a derrota na eleição presidencial de 28 de novembro.
A convocação foi feita para tirar o país do oeste africano da crise em que mergulhou desde que o Conselho Constitucional proclamou a vitória de Gbagbo nas eleições, na última sexta-feira.
Há o temor de uma guerra civil. As fronteiras do país chegaram a ser fechadas, mas já foram reabertas.
Segundo a comissão eleitoral, a ONU e diversos países, o pleito foi vencido pelo líder oposicionista Alassane Ouattara.
Desde o início da semana, tanto o presidente como o oposicionista se declaram presidentes. Gbagbo e Ouattara formaram gabinete e reclamam o poder.
Os EUA pediram ontem que Gbagbo inicie "a transição pacífica" do poder.
Obama advertiu formalmente o presidente sobre a possibilidade de "um crescente isolamento" e disse que ele sofrerá "as consequências de seus atos injustos" caso se agarre ao poder.
Em uma reunião extraordinária realizada na Nigéria, a Cedeao, órgão econômico regional do oeste africano, decidiu tirar a Costa do Marfim da organização.
Citando uma "ruptura da governança", o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento vão reavaliar a ajuda ao país.
Diante da insegurança causada pelas eleições, a ONU vai retirar membros não essenciais de sua equipe da Costa do Marfim.
"A medida afeta mais de 460 pessoas que, temporariamente, serão deslocadas", afirmou o porta-voz da organização, Farhan Haq.
Gbagbo tem desprezado a rejeição internacional como uma afronta à soberania da Costa do Marfim.
A ex-colônia francesa de 21 milhões de habitantes, maior exportadora de cacau do mundo, é um dos motores econômicos da região.
Modelo de estabilidade até os anos 90, viveu uma guerra civil de 2002 a 2007 entre os campos do presidente e de seu rival.
A eleição seria o ápice de um processo de reconciliação nacional.
O comando do Exército jurou lealdade a Gbagbo, e até agora as tropas parecem estar de seu lado, mas analistas não descartam o risco de nova guerra civil.
Pelo menos 20 pessoas já morreram até agora.


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