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Estatal petroleira venezuelana minimiza sentenças pró-Exxon
Multinacional americana reclama compensação por projetos que abandonou
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O governo venezuelano buscou minimizar ontem as decisões judiciais que congelaram
US$ 12 bilhões de bens da estatal PDVSA em favor da empresa americana Exxon, afetada
em 2007 pela estatização da reserva petrolífera da faixa do rio
Orinoco, a maior da Venezuela.
Em entrevista ontem, o presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, disse que se trata de uma
medida cautelar que pode ser
revertida. Sobre o congelamento, ele afirmou que apenas US$
300 milhões estão totalmente
bloqueados. Ramírez, que também acumula o cargo de ministro de Energia e Petróleo, afirmou que a decisão não afeta as
operações da empresa.
"Os ativos da PDVSA, em seu
último balanço, são de US$ 107
bilhões. Nós não pensamos que
os direitos da Exxon cheguem
sequer à metade da cifra exigida por eles [na Justiça], de US$
12 bilhões."
Sem acordo
Em nota ontem, a agência de
classificação de risco Fitch afirmou que as decisões judiciais,
tomadas no Reino Unido, na
Holanda e nas Antilhas Holandesas, não terão impacto nas
atividades diárias da PDVSA e
que dificilmente a empresa será condenada antes do fim do
processo de arbitragem internacional, cujo tribunal ainda
não foi constituído. Segundo
analistas, uma decisão final pode levar anos.
"É uma medida de pressão da
Exxon para que a PDVSA se dê
conta que é preciso negociar,
como tem feito com outras empresas", disse à Folha Elio
Ohep, editor da publicação
"Petroleum World". A Exxon e
a ConocoPhillips foram as únicas duas das seis empresas afetadas pela nacionalização do
Orinoco que não fecharam um
acordo com a PDVSA.
Ohep disse que, embora não
afete a PDVSA agora, as decisões judiciais correm o risco de
afugentar investidores. "Do
ponto de vista operativo, não
causa nenhum problema. O
único problema é que não podem é vender os ativos [congelados]. Do ponto de vista dos
investimentos, [as decisões]
têm seu impacto. Eles [dirigentes da estatal] estão se dando
conta de que a política do governo com relação à PDVSA incide diretamente na habilidade
da empresa de crescer."
No ano passado, a dívida da
PDVSA saltou de US$ 3 bilhões
para US$ 16 bilhões, apesar da
alta do petróleo. A empresa
tem sido a maior financiadora
do gasto público, que vem aumentando no governo de Hugo
Chávez.
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