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Primeira comunidade tem museu
do enviado especial
O primeiro kibutz de Israel, o
Degania, próximo ao rio Jordão,
tem um velho tanque sírio estacionado na entrada principal.
A preservação da memória é
uma característica facilmente
identificada em Israel (os israelenses conservam nas margens das
rodovias esqueletos de blindados e
restos de veículos de combate).
O tanque do Degania é um souvenir da Guerra de Independência
(1948), quando o kibutz combateu
colunas sírias apenas com coquetéis molotov e rifles.
A terceira geração do Degania
mantém um museu dedicado a A.
D. Gordon, pai do movimento dos
kibutzim, e estimula a prática de
relembrar os velhos tempos e discutir abertamente os conflitos de
adaptação aos novos dias.
Antes do jantar, no refeitório coletivo, os convidados são recebidos na biblioteca pelo secretário
do kibutz e por sua mulher (uma
gaúcha há 34 anos em Israel).
A conversa gira em torno da
ideologia que motivou os pioneiros e da vida moderna que hoje
afasta os jovens dos kibutzim.
O Degania foi fundado em 1910
por um pequeno grupo de imigrantes russos. A história desses
dias está narrada em "A Village by
the Jordan'' ("Um Vilarejo Junto
ao Jordão"), espécie de autobiografia de Joseph Baratz, que liderava os pioneiros do Degania.
Mesmo na Rússia, diz Baratz, teria sido difícil aos judeus, com sua
longa tradição de vida urbana,
transformarem-se em agricultores; na Palestina, isso ainda era
mais difícil, devido ao clima e ao
desconhecimento do solo.
Apesar das adversidades, o kibutz cresceu. ``Mais do que nós
imaginávamos'', escreveu Baratz
em 1960. O país precisava absorver
mais pessoas.
Segundo Baratz, as necessidades
do país impuseram duas coisas
que eles não pretendiam: indústrias (``que não são para judeus,
nós queremos ser agricultores'') e
empregar mão-de-obra.
O primeiro kibutz de Israel não
possui uma fábrica. Mas investiu
em uma unidade no vale do Jordão, na qual sete outros kibutzim
também têm participação. Metade
do capital foi integralizada pelos
kibutzim, e alguns americanos colocaram a outra metade.
"Devido ao fluxo de imigrantes
que têm dificuldades para se instalar, fomos solicitados a empregar
trabalhadores, pessoas que trabalham por salário e que não se sentem atraídas pela vida do kibutz'',
escreveu Baratz há 37 anos.
(FV)
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