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RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Para secretário da Defesa britânico, próximos 30 anos verão mais ataques
Londres prevê mais ações "preventivas"
DA ASSOCIATED PRESS
Ataques militares "preventivos" contra países que apóiam o
terrorismo ou produzem armas
de destruição em massa devem se
tornar mais comuns no futuro,
disse ontem o secretário da Defesa britânico, Geoffrey Hoon.
Em um discurso no Instituto
Dinamarquês para Estudos Internacionais em Copenhague, Hoon
afirmou que o terrorismo e as armas de destruição em massa são
atualmente as ameaças mais graves aos países no mundo todo.
"Outros países que ainda não
têm essas armas aspiram a obtê-las", afirmou, sem especificar a
quais nações estava se referindo.
Nos próximos 30 anos, disse
Hoon, novos regimes provavelmente vão adquirir essas armas.
Ele exortou a comunidade internacional a agir agora para aperfeiçoar e "fazer cumprir as restrições
legais e políticas à proliferação de
armas de destruição em massa".
Diante disso, os militares precisam ser "sistemáticos, inovadores
e rigorosos para identificar desafios emergentes à segurança".
A idéia de ataques "preventivos" é central à chamada Doutrina Bush -conjunto de princípios
e de métodos preconizados por
Washington desde os atentados
de 11 de setembro de 2001.
Ela parte do pressuposto de que
os EUA têm o papel de proteger o
mundo civilizado dos terroristas e
permite ataques "preventivos" a
Estados que possam lhes fornecer
armas de destruição em massa.
A doutrina, considerada excessivamente unilateralista por diversos países e organizações internacionais, foi apoiada pelo Reino Unido, pela Espanha e pela Itália, ao menos no que diz respeito
ao ataque "preventivo" ao Iraque.
Hoon não disse quais países
realizariam ataques preventivos,
mas deu a entender que os EUA e
o Reino Unido o fariam.
Mas o secretário defendeu uma
versão menos unilateralista da
doutrina original, dizendo que esses ataques teriam de ser discutidos pela ONU e pela Otan, que
chamou de "atores-chave".
"Temos de examinar o horizonte, identificando tensões antes de
elas se tornarem ameaças e, então,
quando necessário, agir de forma
decisiva para evitar que ameaças
se transformem em conflitos",
afirmou Hoon.
"Isso envolverá os muitos instrumentos à disposição dos governos, e nem sempre o uso das
Forças Armadas", acrescentou.
"Desejaremos fazer isso com nossos aliados e multilateralmente,
por meio das alianças e parcerias
que são a pedra de toque de nossa
segurança e prosperidade."
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