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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Para secretário da Defesa britânico, próximos 30 anos verão mais ataques

Londres prevê mais ações "preventivas"

DA ASSOCIATED PRESS

Ataques militares "preventivos" contra países que apóiam o terrorismo ou produzem armas de destruição em massa devem se tornar mais comuns no futuro, disse ontem o secretário da Defesa britânico, Geoffrey Hoon.
Em um discurso no Instituto Dinamarquês para Estudos Internacionais em Copenhague, Hoon afirmou que o terrorismo e as armas de destruição em massa são atualmente as ameaças mais graves aos países no mundo todo.
"Outros países que ainda não têm essas armas aspiram a obtê-las", afirmou, sem especificar a quais nações estava se referindo.
Nos próximos 30 anos, disse Hoon, novos regimes provavelmente vão adquirir essas armas. Ele exortou a comunidade internacional a agir agora para aperfeiçoar e "fazer cumprir as restrições legais e políticas à proliferação de armas de destruição em massa".
Diante disso, os militares precisam ser "sistemáticos, inovadores e rigorosos para identificar desafios emergentes à segurança".
A idéia de ataques "preventivos" é central à chamada Doutrina Bush -conjunto de princípios e de métodos preconizados por Washington desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
Ela parte do pressuposto de que os EUA têm o papel de proteger o mundo civilizado dos terroristas e permite ataques "preventivos" a Estados que possam lhes fornecer armas de destruição em massa.
A doutrina, considerada excessivamente unilateralista por diversos países e organizações internacionais, foi apoiada pelo Reino Unido, pela Espanha e pela Itália, ao menos no que diz respeito ao ataque "preventivo" ao Iraque.
Hoon não disse quais países realizariam ataques preventivos, mas deu a entender que os EUA e o Reino Unido o fariam.
Mas o secretário defendeu uma versão menos unilateralista da doutrina original, dizendo que esses ataques teriam de ser discutidos pela ONU e pela Otan, que chamou de "atores-chave".
"Temos de examinar o horizonte, identificando tensões antes de elas se tornarem ameaças e, então, quando necessário, agir de forma decisiva para evitar que ameaças se transformem em conflitos", afirmou Hoon.
"Isso envolverá os muitos instrumentos à disposição dos governos, e nem sempre o uso das Forças Armadas", acrescentou. "Desejaremos fazer isso com nossos aliados e multilateralmente, por meio das alianças e parcerias que são a pedra de toque de nossa segurança e prosperidade."


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