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ANÁLISE
Guerra urbana exigirá mais tropas e matará mais
ROBERT BURNS
DA ASSOCIATED PRESS, EM WASHINGTON
O aumento repentino da violência no Iraque contra as forças de
ocupação levanta dúvidas não
apenas quanto a se os EUA têm
tropas suficientes no local para estabilizar o país, mas também uma
dúvida mais ampla, quanto ao
custo em vidas humanas que a
coalizão liderada pelos americanos terá de pagar para retomar a
iniciativa no campo de batalha.
Comandantes americanos já
deixaram claro que, para rebater
o levante intensificado, vão lançar
uma ofensiva, como já fizeram
nesta semana na cidade de Fallujah, onde fuzileiros navais travam
combates pesados.
A questão é se esse tipo de guerra urbana, com as forças terrestres americanas combatendo praticamente de casa em casa, com o
apoio aéreo de helicópteros de
ataque, será necessária em outras
regiões, como, por exemplo, na
cidade de Najaf, no sul do país,
parcialmente controlada pelas
milícias xiitas.
O general Ricardo Sanchez, o
comandante americano de mais
alta patente no Iraque, disse ontem que foi lançada uma operação para retomar Najaf, além da
cidade de Kut, a leste de Najaf.
Tropas ucranianas se retiraram
da cidade na quarta-feira, depois
de atacadas. Sanchez reconheceu
que a ofensiva pode exigir o tipo
de guerra urbana que se evitou
travar em grande escala durante a
captura inicial de Bagdá, em abril
do ano passado.
""Sabíamos, antes de iniciar esta
campanha, que essa seria uma
possibilidade", disse. ""E as forças
militares todas, tanto as da coalizão quanto as dos EUA, estavam
preparadas para engajar-se nesse
tipo de operação, se necessário."
O objetivo imediato, segundo o
general, é a destruição da milícia
do clérigo radical xiita Muqtada al
Sadr, que, acredita-se, inclui alguns milhares de combatentes.
É quase certo que os comandantes americanos ampliem seu poder de combate, ordenando a permanência no Iraque da 1ª Divisão
Blindada do Exército por mais algumas semanas ou alguns meses.
Ela deveria voltar para casa em
maio, após transferir na próxima
semana a responsabilidade pela
segurança na área de Bagdá à 1ª
Divisão da Cavalaria.
Sua permanência por mais tempo significará 20 mil soldados adicionais e centenas de tanques e
outros veículos blindados que podem cumprir tarefas importantes
não apenas na capital iraquiana,
mas também em outras cidades.
Mas prorrogar a estadia da 1ª
Divisão Blindada equivale a reconhecer que as forças americanas
perderam terreno para os insurgentes, talvez apenas temporariamente, e que a estabilização do
país vai exigir uma força maior do
que as autoridades americanas
haviam previsto poucas semanas
atrás.
O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, disse a jornalistas, ontem, que existem 135
mil soldados americanos no Iraque e que os comandantes americanos querem manter esse número ""por certo período", em lugar
de reduzi-lo para 115 mil, conforme o previsto anteriormente.
Ele não disse que a 1ª Divisão
Blindada, cuja base fica na Alemanha, seria mantida, mas isso parece bastante provável.
Uma questão mais ampla é se as
autoridades americanas vão ou
não tomar medidas urgentes para
acelerar o processo de treinar e
equipar a polícia, os guardas de
fronteira e outras forças de segurança interna iraquianas.
A estratégia americana para, em
algum momento, pôr fim a sua
presença militar no Iraque consiste em montar uma força iraquiana suficientemente grande e competente para poder garantir a estabilidade do país.
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